Vou dar uma dica: estou na Rua Duque de Caxias entre suas colegas São Paulo e Curitiba, no Bairro São José Operário. Pergunto: o quem tem aí pra baixo atrás de mim? Quem disse que é a baixada do Rio Paranaíba, palco de inúmeras enchentes, acertou na mosca. Não, eu não me afundei por causa das enchentes, pois nenhuma delas me atingiu. O que eu imagino é que não quiseram ou não puderam nivelar o lote e por isso fiquei assim, tipo querendo me esconder. E depois que asfaltaram a rua, fiquei mais baixinha ainda. Assim é a vida e tenho que encarar a realidade, pois não posso fazer absolutamente nada pra mudar essa realidade. Só mesmo me derrubando, nivelar o lote e construir outro imóvel ao nível da via. Mas, êpa, porque fui falar nisso se não tenho a mínima vontade de ser demolida? Eu sei que uma infinidade de casas está cedendo lugar para os edifícios em toda a Cidade. Entretanto, eu acredito que por aqui, nessa região tão carente de recursos estruturais, esse tal progresso vai chegar de maneira morosa e eu como várias outras ainda viveremos por um bom tempo. Então, vou seguindo o passar do tempo sem muito me preocupar com isso e deixar por conta de meus atuais ocupantes decidirem o que fazer comigo. Sou humilde, mas mereço respeito por fazer parte da História de Patos de Minas. E chegando a minha vez, é óbvio que deixarei saudade.
* Texto e foto (30/05/2024): Eitel Teixeira Dannemann.