DEIXAREI SAUDADE – 304

Postado por e arquivado em 2024, DÉCADA DE 2020, FOTOS.

Certa vez recebi a visita de um sujeito conhecedor da História de Patos de Minas. Meu dono, apreciador do nosso passado, ficou sabendo através desse seu amigo que o Bairro Brasil foi planejado pelo ex-vereador Zama Maciel, que traçou todas as suas ruas, dando-lhes denominação de Estados do Brasil e de seus territórios, de norte ao sul – do Território do Acre ao Rio Grande do Sul. É que por esses lados aqui era tudo considerado Bairro Brasil. Depois que urbanizaram a conhecida na época Lagoa dos Japoneses e construíram a nova Rodoviária, houve um crescimento vertiginoso dessa região, como asfaltamento de todas as ruas e melhorias nas casas. Tanto é que o Bairro Brasil foi dividido e surgiram o Cristo Redentor, o Lagoa Grande, o Santa Luzia e outros. E eu estou aqui na Rua Maranhão, entre a Dr. Marcolino e a Padre Alaor, no Bairro Lagoa Grande. Eu era modesta como a maioria, mas felizmente fui melhorada e até ganhei um comércio de roupas anexo. Sucessivamente às melhoras estruturais na região, começou sutilmente o aparecimento de pequenos prédios de três andares. Depois, de quatro andares. Depois, de cinco andares, como esse aí atrás de mim. E depois de seis, sete, oito, nove e por aí vai. Imagine uma batalha. É óbvio que cada participante é propício a morrer. Situação semelhante estamos vivendo: todas as casas são propícias e serem derrubadas para a construção de edifícios nos mais variados tamanhos. O negócio é crescer pra cima, já que não há mais como crescer para os lados. É a lei natural do progresso, irreversível, sem volta, como tendo 24 horas o dia, 7 dias a semana, 4 semanas o mês e 12 meses o ano. Assim como já faço parte da História de Patos de Minas, um dia deixarei saudade!

* Texto e foto (06/10/2024): Eitel Teixeira Dannemann.

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