POR UMA POLÍTICA DE PODER PARA PATOS DE MINAS E REGIÃO – 10

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TEXTO: OSWALDO AMORIM (1985)

Como se trata de uma campanha, é natural e até necessário que repise alguns pontos.

Primeiro: com vistas ao fortalecimento político de Patos e da Região, não basta a eleição de representantes nossos junto à Assembléia Legislativa e à Câmara dos Deputados: é preciso, também, a colocação de gente nossa em postos administrativos do Estado e, se possível, da União. Deixando, claro, entretanto, que a eleição de bons e genuínos representantes é a chave de tudo, mesmo porque caberá a eles a articulação e execução da política de poder, com o objetivo de carrear para o Município e a Região a maior soma possível de benefícios dos Governos Estadual e Federal, em função do desenvolvimento regional e do bem-estar da população.

Segundo: para que esta ação atinja melhor seus objetivos não se pode perder de vista estes mesmos objetivos, para evitar-se desvios, com consequentes perdas de tempo e esforço. Neste sentido, é muito mais positivo usar os cartuchos disponíveis para abater caça graúda, do que desperdiçá-los com caça miúda. Ou mais concretamente: é mil vezes preferível usar bem o prestígio e esforço para colocar gente nossa lá em cima, para ajudar na conquista de benefícios para o Município e Região, do que tirar aqui em baixo, onde a troca de chefias geralmente só interessa ao partido do Poder, por ser quase sempre inócua para a comunidade. Ou mais claramente, quando colocamos gente nossa lá em cima, isto representa um ganho efetivo para o Município e Região, que passam a contar com um defensor, num posto-chave. Quando tiramos aqui embaixo, geralmente substituímos uma pessoa da terra por outra pessoa da terra, ou com ela identificada.

Terceiro: o desenvolvimento da política de poder que preconizo, em princípio, tem seu ponto crítico na resistência dos deputados em indicar pessoas de sua região para cargos públicos importantes, que trai o temor de estimular o aparecimento de futuros concorrentes.

Por causa disso, quando surge a oportunidade de indicação para aqueles cargos, preferem na surdina – apontar nomes de outras regiões, para não fortalecer novas lideranças em sua própria região e, ao mesmo tempo, para angariar apoio eleitoral em outras.

* Fonte: Texto publicado na coluna Política com o título “Por Uma Política de Poder Para Patos e a Região (IX)” na edição n.º 122 de 31 de agosto de 1985 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: Do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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