POR UMA POLÍTICA DE PODER PARA PATOS DE MINAS E REGIÃO − 5

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TEXTO: OSWALDO AMORIM (1985)

Patos já esteve no poder, com Olegário Maciel, e sabe o quanto isso é bom, em termos de benefícios. Afinal, foi naquela ocasião, quando Patos era apenas o embrião da cidade atual, que ganhamos a Escola Normal, o Grupo Escolar “Marcolino de Barros”, o Hospital Regional, o Forum, além de outros melhoramentos. Notem que era o primeiro Hospital e a primeira Escola Normal na região. Ademais, o Grupo era, e, apesar do tempo decorrido, ainda é um dos maiores de todo o Estado.

Todas, obras de porte. E, algumas, de grande importância regional como o Hospital e a Escola Normal. Enfim, um conjunto de obras que, por sua dimensão, muito contribuíram para o desenvolvimento de nossa Patos de Minas e toda uma vasta região.

Isso aconteceu no início da década de trinta. Depois disso, infelizmente, nunca mais estivemos realmente no poder. Não tivemos nem mesmo nada remotamente parecido com aquela época, de vacas gordas para Patos.

Para resumir a ópera, já estivemos no poder, mas depois nos distanciamos muito dele. Alguém já ouviu falar de um Secretário de Estado de Patos? Tentem puxar pela memória. Será em vão, pois não tivemos Secretário nenhum.

É exatamente para isso que estou tentando chamar a atenção de todos. Parece incrível, mas desde o início da década de trinta que estamos fora do poder. No já distante Governo Bias Fortes, tivemos um Chefe de Gabinete da Secretaria de Segurança, o saudoso Dr. José Olímpio Borges, por sinal um homem de grande valor. Recentemente, tivemos o Eng. Eli Pinheiro como Vice-Diretor do DER. Mas no último caso, o Eli galgou a posição fazendo carreira dentro do DER. Não foi uma indicação política. Na área federal, no Governo passado, tivemos também o Wando Pereira Borges na Direção do Ministério dos Transportes. Mas o Wando chegou lá pela mão do Ministro Eliseu Resende. Patos e a região nada influíram, e dificilmente poderiam influir, por tratar-se de um cargo que abrange o País inteiro.

Como os políticos estão procurando ocupar todos os espaços da administração − tanto na área federal, como na estadual − dificilmente se repetirão casos como os do Eli e do Wando. Logo, a possibilidade de ocuparmos cargos de relevo, nos planos federal e estadual, pela via do caso, ficou praticamente descartada. Agora, se Patos e a região quiserem espaços no Governo, terão de batalhar por isso.

O que temos de fazer é juntar nossas forças com as dos municípios vizinhos, com vistas à ocupação desses cargos. Como somos uma zona de grande produção agropecuária, podemos articular, na devida oportunidade, até mesmo a indicação de um Secretário da Agricultura. E, a propósito, creio que ninguém pode negar que o Zé Ribeiro de Carvalho é um nome altamente qualificado para o cargo. O Paulo Amorim daria um excelente Secretário de Saúde. O Eli Pinheiro tem todas as qualificações para chefiar o DER. O Wando Borges, grande economista e grande planejador, pode ocupar altos postos na área de transportes, das finanças e do planejamento. O Libêncio Mundim, o Pai Vaca e o Lourival Pacheco, são homens com enorme vivência e competência na área da agricultura. Aliás nesta área, nós temos homens com calibre para ocupar até o Ministério da Agricultura, como o professor Antônio Secundino São José e o seu filho, Ney Bitencourt. Citei apenas alguns nomes, aos quais naturalmente, podem ser acrescentados vários outros.

No momento, entretanto, creio que o melhor é visarmos a ocupação de cargos no segundo e terceiro escalões do Governo Estadual. Creio, também, que a melhor forma de atingir este objetivo será conquistarmos a adesão das lideranças regionais, será conquistarmos o apoio dos municípios vizinhos. Afinal, a causa é do interesse de todos.

O negócio, portanto, é formarmos um poderoso bloco regional, com vistas à ocupação daqueles espaços na administração, a fim de melhor carrearmos benefícios para a comunidade regional.

Para o bem de Patos e da região, é preciso de uma vez por todas sepultarmos a mesquinha política de perseguição aos adversários, para dar lugar a uma nova e generosa política a serviço do progresso da região e do bem-estar de sua comunidade.

PS − Agradeço, de coração, o importante apoio recebido dos colegas Delfim José, José Afonso, Terezinha e Lourdes Fonseca, que ajudaram a dar maior repercussão à campanha em epígrafe. E continuo pedindo a manifestação de outros colegas para dar maior força à campanha. Afinal, como diz a sabedoria popular, “uma andorinha só não faz verão”.

* Fonte: Texto publicado com o título “Por uma Política de Poder para Patos e a Região (IV)” na coluna Política do n.º 116 de 31 de maio de 1985 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: Do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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