POR UMA POLÍTICA DE PODER PARA PATOS DE MINAS E REGIÃO – 9

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TEXTO: OSWALDO AMORIM (1985)

Como tenho assinalado, cabe aos nossos Deputados o papel principal na tarefa de traçar e executar uma política de poder para Patos e a Região, consubstanciada na ocupação, por gente nossa, de postos administrativos no Governo Estadual e também (se possível) no Federal, capazes de render contínuos benefícios para a comunidade regional, em obras, recursos ou serviços.

Em termos gerais, aí começam as dificuldades, pois os Deputados (e espero que este não seja o caso de nossos representantes), numa ação de auto-defesa, costumam refugar este tipo de cooperação, de alto alcance para a região, mas que pode estimular o crescimento político dos contemplados para aqueles postos. E, logo, o surgimento de futuros concorrentes.

Por isso, muitos Deputados, quando têm cargos importantes a preencher – como acontece neste início da Nova República, para os que estão no poder, preferem indicar pessoas fora de sua região (sem que seu povo tome conhecimento). Com isso, espertamente, procuram evitar o aparecimento e fortalecimento de um futuro concorrente em sua própria região e, ao mesmo tempo, ganhar apoio político em outra área.

A postura é francamente egoísta, pois agindo assim um Deputado estará pensando apenas em si mesmo e nem um pouco na região a que deveria servir. Uma postura, portanto, indigna de um bom e leal representante.

Para evitar este tipo de desvio, que pode ser benéfico ao Deputado, mas é extremamente prejudicial à região que o elegeu e que, por isso, deveria merecer a contrapartida de sua dedicação, é preciso que a comunidade em causa exerça permanente fiscalização sobre seus representantes. Aliás, não apenas para este fim, mas sobretudo para cobrar-lhes um trabalho mais efetivo em favor da região.

Se a cobrança resultar inútil, se os Deputados não quiserem ou não puderem realizar uma pelo menos razoável soma de serviços à região que os elegeu, sempre restará a possibilidade de arranjar melhores representantes numa nova eleição. Se os eleitos não podem trocar de postura, os eleitores podem trocá-los na primeira oportunidade. Esta, de resto, é a magnífica prerrogativa oferecida pela Democracia – por definição o governo do povo e para o povo.

Mesmo porque a eleição de bons e genuínos representantes é o primeiro e o principal passo para o estabelecimento de uma política de poder, nos moldes preconizados, destinada a extrair o máximo de benefícios do Governo Estadual e do Governo Federal, para acelerar o desenvolvimento da região e elevar o bem-estar de seus habitantes. Ao fim e ao cabo, um procedimento que tanto vale para nós como para qualquer parte do País.

* Fonte: Texto publicado com o título “Por Uma Política de Poder Para Patos e a Região (VIII)” no número 120 de 31 de julho de 1985 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: Do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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