Fico imaginando aqueles tempos em que aqui era a estrada de chão para Presidente Olegário¹. Se não me engano, a fazenda do Binga era por essas bandas². Não tinha essa largura, era estreita, uma estrada rural e logo ali na frente tinha um curral de tábuas. Era um poeirão disgranhento e quando chovia, lama que não acabava mais. Foi-se que depois que inauguraram a estrada asfaltada para o PO, isso aqui deixou de ser rural e foi surgindo casinhas humildes como eu para todo lado. A coisa foi crescendo, crescendo, agora temos essa avenidona asfaltada, tudo vai se transformando em ruas menos esse imenso pasto ai em frente. Trem esquisito isso, sô. Como eu não tenho absolutamente nada a ver com isso, vou preocupar com a minha vida, que está num saudosismo de doer, assim como várias de minhas colegas tão ou mais simples do que eu. A Cidade cresce, se moderniza, e nós, uma a uma, somos derrubadas para surgirem em nossos lugares outros imóveis mais estilosos e pior, edifícios, essas pragas que estão invadindo todos os bairros. Aí então vem o saudosismo e a tristeza de saber que o nosso fim está traçado e que não há nada a ser feito a não ser esperar o fatídico dia. Pelo menos ficarão duas certezas: faço parte da História de Patos de Minas e no tal fatídico dia deixarei saudade!
* 1: O imóvel localiza-se na Avenida Tomaz de Aquino, após a rotatória e a Rua Olímpio Izídio da Silva, no Bairro Alvorada.
* 2: Leia “Tita na Fazenda do Binga”.
* Texto e foto (27/12/2020): Eitel Teixeira Dannemann.