POR UMA POLÍTICA DE PODER PARA PATOS DE MINAS E REGIÃO – 14

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TEXTO: OSWALDO AMORIM (1985

Creio que todos estão de acordo comigo: os altos interesses de Patos e Região impõem a colocação em expressivos postos de chefia no Estado e, se possível, também na União, para multiplicar a captação de obras, recursos e serviços em proveito de ambos.

Mas como alcançar isto? Através de ação política direcionada neste sentido, fundamentada na eleição de bons e genuínos representantes nossos à Assembléia Legislativa e à Câmara dos Deputados, pois a eles caberá a articulação e a execução daquela tarefa.

Eis uma tarefa que exige grandeza e desprendimento por parte dos deputados executores, pelos riscos que implica, uma vez que ela pode estimular o surgimento e a afirmação de novas lideranças políticas. E, portanto, de futuros concorrentes.

Eventualmente, um dos elementos favorecidos por esta política pode destacar-se mais que os próprios deputados que trabalharam pelo seu aproveitamento. Para materializar a idéia, pensemos no Zé Ribeiro como Secretário da Agricultura ou no Paulo Amorim como Secretário da Saúde, algo perfeitamente possível, levando-se em conta a alta qualificação de ambos para estas funções e o potencial político de nossa região e das regiões vizinhas, que poderiam apoiar um movimento para levar um dos dois anos aos postos mencionados. (Ou um de cada vez, em épocas diferentes. Os dois ao mesmo tempo seria muito difícil).

Considerando o enorme potencial agrícola da região e o dinamismo do Zé Ribeiro, é fácil prever que o trabalho dele, como Secretário da Agricultura apareceria mais do que os dos próprios deputados e que isto lhe granjearia enorme prestígio político. Capaz de fazer sombra, portanto, aos próprios deputados. Face a esta previsível relação de causa e efeito, também é fácil deduzir que não é qualquer deputado que se disporia a levar alguém de sua própria região a posto tão alto.

No segundo escalão há, também, todo um elenco de funções, cujo bom desempenho pode projetar alguém politicamente. E se alguém se projeta politicamente, é razoável que aspire algum cargo eletivo.

Portanto, quando um deputado trabalha para colocar pessoas de valor, de sua própria região, em postos importantes, na administração pública, está assumindo riscos, na medida em que estas pessoas podem se projetar e se transformar, mais tarde, em possíveis concorrentes. Mas este é um risco que é preciso correr, em benefício de Patos e da Região. Mas um risco, obviamente, que não seria conscientemente assumido por qualquer um.

Daí a aguda necessidade de elegermos bons e genuínos representantes nossos aos Parlamentos Estadual e Federal, capazes de levar a cabo essa política de poder, assumindo todos os riscos consequentes, em nome dos altos interesses de Patos e da Região.

* Fonte: Texto publicado na coluna Política com o título “Por Uma Política de Poder Para Patos e a Região (XIII)” na edição n.º 126 de 31 de outubro de 1985 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: Do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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