AVANTE, PATOS DE MINAS!

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TEXTO: OMAR ALVES TIBÚRCIO (1971)

O transcurso de mais um aniversário da emancipação política de Patos de Minas¹, cujas comemorações foram iniciadas dia 16 conforme programação oficial, sem embargo, oficiosamente, estamos vivendo o “espirito” de nossa Maior Festa, todos mentalizados, devendo as mesmas terminarem no próximo dia 24, convida-nos a algumas reflexões sobre o caminho percorrido e o que é mais importante, sobre o que nos resta fazer para que seja plenamente cumprido o lema da bandeira da ação, do dinamismo, das realizações e das construções, em prol de nossa comunidade, de nossa região e de nossa nacionalidade.

Sem dúvida alguma, três pontos principais visavam e ainda visam, as ações de nossos contemporâneos, honrando os nossos antepassados e procurando sermos dignos de nossos pósteros: á reposição de Patos de Minas aos eixos, precisos, no sentido de que se comporte como uma verdadeira capital, dando combate sem tréguas á estagnação, ao comodismo, ao pessimismo e ao desânimo; á retomada do desenvolvimento, integrado e planificado, possibilitando a que todos, unidos, possuídos de uma educação e de uma cultura de certo nível, não permita a algum retrocesso, mas, sim, como se trata de progresso, que êste não tenha solução de continuidade; e finalmente á reabilitação dos negócios, advindos da plena confiança em nossos homens, que mantem em ritmo sempre crescente, principalmente o comércio, a indústria e as atividades agro-pastoris.

Assim, todos os nossos líderes e responsáveis mormente quando se encontram exercendo alguma função pública, devem pautar seus atos pela prudência. Os estilos não podem ter sido os mesmos, os timoneiros podem ter sido mais de um, os quais, seguindo rumos firmemente marcados, na carta dos princípios dos interesses da comunidade, impulsiona-nos, se bem que com uma certa precatoriedade, para o nosso desenvolvimento.

Dezenas de anos se passaram desde quando fomos emancipados politicamente, para chegarmos ao nosso estado de coisa, na atualidade, nestes 64 anos de independência política². Dentro dos princípios municipalistas, tivemos uma evolução, paulatina, nos primeiros 50 anos, havendo sem dúvida idas e vindas contra-vagas, neste mais de meio século de existência; mas, por outro lado, atendo-nos aos dez últimos anos, ou seja de 1960, a 1971, vamos verificar que o nosso progresso, em termos de desenvolvimento e de avanço para o bem estar da comunidade, avançamos vertiginosamente. Vale dizer que, a cada momento que se passa, iremos procurar avançando vertiginosamente, recuperar o tempo perdido, e caso possamos, avançar no tempo, vivendo, embora no presente, mas em têrmos de futuro.

Dai resulta que nem sempre é fácil a escolha de um modêlo adequado, principalmente quando a realidade é fugidia e nos oferece desnorteantes surpresas.

Todos, sem distinção, deveremos, quando estamos vendo transcorrer mais uma Festa Nacional do Milho, agora com a cooperação efetiva de outras comunas co-irmãs, ficar empolgado pelas suas realizações, dar tudo que temos, em prol do maior brilhantismo possível das festividades, procurando fazer, mesmo a nosso modo e com os nossos próprios recursos e sacrifícios, pois, agora, é que estamos, sem embargo de maneira muito mitigada, recebendo alguma – o desenvolvimento para o homem e para a terra patenses.

Nesta oportunidade, cumpre-nos afirmar que todos os forasteiros , que desejarem cerrar fileiras conosco na gigantesca obra de continuação da construção da Capital do Alto Paranaíba, êles serão bem recebidos e plenamente integrados ao nosso meio ambiente.

Destarte, o ideal de todos os patenses é cumprir com sua alta e nobre missão, para com a nossa comunidade, tornando-a, não somente digna dos patenses, mas de tôda a Minas Gerais e de tôda a Nação Brasileira. Estamos, como se diz, aos trancos e barrancos, as vezes até através de caminhos íngremes e plenos de escolhas, em meio às maiores dificuldades, avançando, além do tempo sonhando com uma Patos de Minas próspera e pungente, engrandecendo e dignificando a própria nacionalidade brasileira.

Ao ensejo da passagem de mais uma Festa Nacional do Milho, inclusive de mais um aniversário da Cidade, a nossa indefectível reafirmação de confiança em nosso futuro, pois, sendo uma cidade jovem, sabemos todos, inclusive os velhos, que o mundo hoje é dos jovens, que lutam, que trabalham, que estudam, que pesquisam, que se divirtam, levando-nos, sob tais princípios, ao ideal de viver uma vida digna de ser vivida.

* 1: Na verdade, a emancipação se deu em 29 de fevereiro de 1868. Em 24 de maio de 1892 o então arraial de Santo Antônio de Patos foi elevado à categoria de Cidade com o simples nome de Patos. O que se comemora em maio, juntamente com a Festa do Milho, é o aniversário da Cidade e não do Município, isto é, da emancipação.

* 2: Não sei aonde o articulista foi buscar esses 64 anos. Se o texto é de 1971 e a emancipação ocorreu em 1868, são 103 anos. E se o arraial foi transformado em Cidade em 1892, são 79 anos.

* Fonte: Texto publicado na coluna Fala Patos de Minas com o título “Eis aí a Décima Terceira Festa Nacional do Milho” na edição de 25 de maio de 1971 do Jornal dos Municípios, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do UNIPAM.

* Foto: Dois primeiros parágrafos do texto original.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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