TEXTO: JORNAL DOS MUNICÍPIOS (1969)
Há certas pessoas, em Patos de Minas cuja modéstia de passarem despercebidos os seus esforços em prol do progresso de nossa terra.
Alemar Rodrigues da Cunha você o conhece? Não? E o popular “Mazinho” você conhece, não é verdade? Pois bem, é desta criatura que hoje vamos falar nesta coluna, mesmo porque “Mazinho” é um capítulo na história do progresso de Patos de Minas.
Ainda agora, quando se inaugura o “Palácio dos Cristais”, esta obra magnífica que a municipalidade construiu na Av. Getúlio Vargas, foi o Mazinho que forneceu todo o material dragado: areia, cascalho, retirados ali do nosso histórico Rio Paranaíba.
Mas, não foi somente no Palácio dos Cristais que se empregaram os materiais dragados e transportados por Alemar Rodrigues da Cunha. Na construção do prédio do Banco do Brasil, Banco do Estado, Ed. Fleury, Casas Populares, residências do Dr. Aldo Lino da Silva e Geraldo Mundim dos Reis e em outras dezenas de obras, já estava o Mazinho fornecendo o material. Na feitura dos “blokets” que calçaram nossas ruas e avenidas todo o material foi fornecido por ele, além de todos os bueiros da “Rodovia do Milho”.
Mas quem vê o Mazinho todo desajeitado e sempre brincalhão, não sabe as dificuldades que ele encontra para retirar do Rio Paranaíba a sua matéria prima – o cascalho e a areia. Às vezes é um fazendeiro que não concorda que os caminhões do Mazinho passem pela sua fazenda ou, de outra, é a falta de compreensão dos proprietários cujas fazendas ou chácaras margeiam o nosso rio. Muitas vezes ele depois de firmado o acordo, tem de construir uma estrada para se chegar ao lugar de onde se retira o material. Sua draga é das mais possantes da região, e uma equipe de homens fazem o trabalho de retirada do cascalho e separação da areia. O nosso popular Mazinho é homem que pega firme na direção de seu caminhão. Ele não brinca em serviço e, na hora do trabalho, trabalho é.
Alemar Rodrigues da Cunha – o “Mazinho” – tem sua filosofia própria.
Alegre e comunicativo, gosta de todos, e todos gostam dele. Quando não está no batente, ele é o melhor companheiro para um “bate-papo” e para umas e outras, quase sempre devidamente acompanhadas de suculenta feijoada ou galinhada que ele mesmo gosta de preparar na beira do Rio Paranaíba… Seus amigos, que são muitos, já sabem: aos sábados ou domingos, o Mazinho, junto à sua draga, oferece uma suculenta galinhada…
Sem dúvida, Alemar Rodrigues da Cunha – o Mazinho – é um tipo “sui-generis” – dentro da comunidade patense. Trabalhador, honesto, amigo, simples, mas, sobretudo, orgulhoso do trabalho que faz em benefício de Patos de Minas. Dentro da comunidade patense devia existir muitos Mazinhos, pois, este nosso, enfrentando, às vezes, dificuldades e incompreensões, dentro do seu trabalho, principalmente para retirar material de dentro do leito do rio, vai vencendo suas batalhas e ajudando o progresso de Patos de Minas.
NOTA: Alemar Rodrigues da Cunha faleceu em 05 de novembro de 1976.
* Fonte: Texto publicado na edição de 24 de maio de 1969 do Jornal dos Municípios, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Arquivo de Aldo Rodrigues Pereira.