Apenas por ouvir através de minhas paredes, fiquei sabendo que a palavra apenas é um advérbio e que significa só, simplesmente, exclusivamente, exclusive, meramente, não mais que, tão somente, tão só, unicamente e por aí vai. Então, sou apenas um imóvel, nada mais que um imóvel que foi construído aqui¹ sobre as ruínas de outro imóvel e sabe-se lá se também não tinha outro antes e pra falar a verdade não quero nem saber e em outras palavras não estou nem aí. Eu, revoltado? Que é isso, estou apenas colocando-me no meu lugar de ser apenas um imóvel, mais nada do que isso, e que servimos apenas para aconchegar as almas daqueles que nos constroem e depois outros e mais outros que chegam e vão e pouco se importam em nos vender ou nos derrubar, preocupando-se apenas com eles próprios. Eu, de mal com a vida? Para com isso, cara, não existe essa de imóvel ficar de mal com a vida, porque qualquer imóvel sabe que sua existência depende apenas da boa vontade de quem os ocupam, só isso. Não entendeu? Quando um imóvel não interessa mais para quem o possui, é como eu disse: ou nos vendem ou nos derrubam. Sacou agora ou… por falar nisso, sabia que computador em Portugal não tem memória? É, ele apenas tem uma vaga lembrança. E por falar em vaga lembrança, cansei desse papo e encerro declarando apenas que já faço parte da História de Patos de Minas e, muito mais do que apenas, um dia deixarei saudade!
* 1: O imóvel localiza-se na Rua Vereador João Pacheco entre a sua colega Duque de Caxias e a Avenida Brasil, no Bairro Brasil.
* Texto e foto (27/01/2024): Eitel Teixeira Dannemann.