CATÁLOGO TELEFÔNICO DA CTBC DESAGRADA USUÁRIOS − 3

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TEXTO: DIRCEU DEOCLECIANO PACHECO (1985)

Logo após a distribuição dos catálogos da Companhia de Telefones do Brasil Central no ano passado, diante das inúmeras falhas nele contidas, em nossa edição N.º 101, de 15/10/84, no editorial intitulado “Economia, base da porcaria”, lancei o meu protesto, que foi muito bem recebido por parte dos usuários e autoridades, que se comprovou pelas inúmeras demonstrações de apoio recebidas¹.

Como não houve qualquer manifestação da concessionária e sentindo que deveria estar se aproximando o momento de se preparar a nova lista telefônica, na edição N.º 109, de 15/02/1985, escrevi o editorial com o título “Para que não se repita”, procurando alertar especialmente o comércio e a indústria locais − principais responsáveis pela manutenção das referidas listas, através da publicidade nelas inserida − quanto à necessidade de uma reação enérgica, visando a correção das falhas contidas na última edição do catálogo².

Mas quais serão estas falhas? poderá perguntar o leitor que somente agora toma conhecimento do assunto. São muitas, a começar pelo formato pouco estético e às vezes inadaptável aos porta-catálogos existentes:

− um verdadeiro amontoado de minúsculas letras dificilmente legíveis por quem tenha qualquer deficiência visual, que permitiu a redução das quarenta e três páginas que registravam os quatro mil e poucos terminais de 1983, em apenas dezenove, para o registro de mais de cinco mil, em 1984;

− o uso excessivo de aspas para indicar a repetição de nomes, o que dificulta sobremaneira, a sequência da leitura;

− o abuso na abreviatura de nomes dos assinantes;

− colocação dos telefones das pessoas que possuam mais de um, sem qualquer critério; um pelo prenome, outro pelo sobrenome, sendo que em nenhum local da lista, sejam eles encontrados em um só agrupamento.

Nos últimos dias do mês de março, recebi ofício da Associação Comercial e Industrial de Patos de Minas, parabenizando-nos pela campanha, juntamente com a cópia de ofício endereçado por aquela entidade, ao Gerente local da CTBC, destacando o segundo editorial (o que nos honra muito) informando haver apurado que “a lista telefônica foi editada de acordo com normas baixadas pela TELEBRAS, sob a responsabilidade do SABE e não da CTBC, firmas que são coligadas, pois pertencem ao mesmo grupo empresarial”.

Comunica em seguida que “esboça-se na cidade um movimento no sentido de se cortar toda e qualquer publicidade na lista telefônica, caso a mesma continue nos moldes da última”, para finalmente, “com vistas a um bom entendimento sempre mantido até esta data e cuja continuidade é desejável, sugerir a retomada do modelo das publicações anteriores à última, com o compromisso formal a respeito, para ser apenso aos contratos de publicidade ou destaques na próxima edição da lista”.

Na última reunião do Conselho Patense de Defesa da Comunidade, realizada dia 8 do corrente, foi lida a mesma cópia do ofício, endereçada àquele órgão, a qual recebeu o apoio e o aplauso unânime das autoridades e presidentes e representantes da maioria das entidades locais.

Sem dúvida, dá para começar a se sentir a possibilidade de êxito da campanha, ao lado de um bom e sadio entendimento entre a CTBC e a comunidade regional, o que nos estimula e faz com que nossa luta em favor das boas causas, continue sempre, com força total.

* 1: Leia “Catálogo Telefônico da CTBC Desagrada Usuários − 1 e 2”.

* Fonte: Texto publicado com o título “União de Forças” no Editorial do n.º 113 de 15 de abril de 1985 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: pontoxp.com, meramente ilustrativa.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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