Nascido em Patos de Minas, filho de Vicente Pereira Borges e Adelaide Borges de Andrade, José Borges de Andrade veio ao mundo em 1916. Dono de uma das lojas de maior tradição na cidade, A Filial, onde conheceu Maria Antônia Nunes, sua futura esposa, com o casamento acontecido em fevereiro de 1978, quando ele estava com 62 anos de idade e já tinha sido o Presidente da Recreativa.
Dona Maria Antônia foi funcionária da A Filial por 37 anos. Exerceu a função de vendedora e por vezes cobria as férias do caixa. Ela diz que seu marido era muito bom administrador. Conseguiu até “me administrar”, ela fala em tom de brincadeira. Excelente negociante justamente porque escutava mais que falava. Fazia parte da negociação. Vendedor que chegasse para conversar com ele tinha que suar a camisa. Sempre foi de fazer bons negócios
Na casa onde morou José Borges hoje existem duas residências. Numa delas mora Dona Maria Antônia e suas flores. Na outra mora seu filho único José Henrique e sua família. Um legado maravilhoso que José Borges deixou: seus netos. Ele só conheceu o netinho mais velho e tinha muito chamego por ele. Os outros netinhos só vieram depois de seu falecimento em 2005. A mãe deles, Elicélia Regina Bicalho, tem muito orgulho dos filhos. Isso sem falar do pai, José Henrique, Enfermeiro formado e professor de Saúde Pública no UNIPAM.
José Henrique já foi Secretário Municipal da Saúde de Vazante, Presidente Olegário e Patos de Minas. Hoje ainda presta serviços na Prefeitura de Patos de Minas. Ele é o herdeiro direto das cotas ou quinhões da Recreativa que pertenciam ao pai. São documentos preciosos que guarda com carinho e muita emoção. São Lembranças de um tempo de muita credibilidade e respeito. Hoje ele frequenta o clube com a família como se fosse uma segunda casa. Tem muito carinho pelo local. Ali estão depositadas lembranças que lhe são muito caras.
José Borges de Andrade aparece pela primeira vez nos registros da Recreativa no dia 15 de dezembro de 1936, quando a Diretoria recebe 27 novos sócios contribuintes. Nesta época, o presidente era José Ventura Malheiro, que juntamente com mais 11 fundadores, incluindo o irmão João Borges de Andrade, foram os pioneiros do clube. Aparece novamente nos registros em 12 de dezembro de 1945, na presidência de Eunápio Corrêa Borges, quando começa a assinar as atas das reuniões da diretoria como Segundo Secretário. Até novembro de 1946 ele assina todas as atas registradas no período, da n.º 53 até a de n.º 70.
É eleito Vice-Presidente na chapa encabeçada por Waldemar Rocha Filho, em 1.º de dezembro de 1970 para o período 70/71. Já em dezembro de 1971 toma posse como suplente para o mandato de Breno Caixeta de Melo, num período de muita crise financeira para o Clube. Finalmente, toma posse em 08 de dezembro de 1972 como Presidente para a gestão de 1973. É reeleito para as gestões de 1974 e 1975. A partir daí sua assinatura aparece nas atas das reuniões das eleições com a letra já bastante afetada por um problema de enfermidade nas mãos. Mas ele continua lá. A sua última assinatura, apesar de já muito desfigurada pelo tremor das mãos foi em 19 de novembro de 1977 e ainda demonstra sua firmeza em participar da sociedade. Ele já estava com 61 anos de idade. Presente e atuante. A partir daí já não assina nos registros.
Sua contribuição para a agremiação, para o comércio de Patos de Minas e para a sua família é digna de registro e fica aqui a pequena homenagem dos associados de hoje à figura de José Borges de Andrade. Seu nome está gravado para sempre na história da Sociedade Recreativa Patense.
* Fonte e foto: Livro “Recreativa: Uma Jovem Acima de 80 Anos” (2018), de Dennis Lima.