O humano é um animal complicado demais da conta. E bota complicado nisso. Pra tudo ele é complicado, geralmente tornando situações fáceis de resolver em enormes problemas. Quando é com imóveis então, pelamordedeus. Aí entra todo tipo de insensatez, sendo a insensibilidade a principal delas. É que eles nos usam quando querem até se cansarem, pra depois nos desprezar como se não representássemos absolutamente nada. Eles simplesmente nos derrubam e por cima de onde estávamos constroem um imóvel novo, seja um pouco maior ou bitelo que nem os edifícios, que por sinal estão tomando conta da Cidade. Simples assim. Eu sou apenas um exemplo. Durante muitos anos servi de posto policial aqui nesse bairro¹. Eu tinha muito orgulho disso por contribuir com a segurança da região. Passados os anos, veio a tal da insensibilidade incompreensível quando resolveram fechar o posto policial. E fim de papo, nem aí pra mim, nenhum sentimento pelo tempo em que os aconcheguei. Assim, fui abandonada e abandonada estou, não tendo a mínima ideia do que vai acontecer comigo. Pra piorar, sou um imóvel público, e todo mundo sabe que, quando um imóvel público é abandonado, abandonado fica. Veja o exemplo aqui pertinho, que é o CSU, que foi abandonado em 2010 e hoje está dominado pelo mato. É triste, sô. Há mais de dois anos estou abandonada e o CSU não sai de minha mente paredal. Fazer o que? Inapelavelmente esperar o meu fim! Ficar aqui, plantada nesse solo onde fui útil na expectativa do pior. Nada mais me resta. Pelo menos faço parte da História de Patos de Minas, e quando vier o dia fatídico, deixarei saudade!
* 1: O imóvel localiza-se na Avenida Waldemar Lopes Cançado, quase esquina com a Rua Otávio Borges, no Bairro Abner Afonso.
* Texto e foto (21/07/2022): Eitel Teixeira Dannemann.