Em 20 de novembro de 1961, por meio da apresentação de uma chapa oficial por José Borges de Andrade, Modesto Marques Ferreira foi eleito presidente da Recreativa para a gestão do ano seguinte. Da mesma forma que as outras eleições, 409 votos válidos estavam presentes, sendo que desses, 150 estavam representando 23 acionistas por José Borges, incluindo seus próprios. A eleição foi de chapa única e a diretoria ficou com a seguinte composição:
Presidente: Modesto Marques Ferreira; Vice-Presidente: João Gonçalves de Carvalho; Primeiro Secretário: José Paschoal Borges de Andrade; Segundo Secretário: Sebastião Borges de Amorim; Tesoureiro: Fábio Helvécio Ferreira Borges; Comissão de Contas: Anésio José da Rocha, José Borges de Andrade e José Vilácio da Rocha; Suplentes: Ilídio Pereira da Fonseca, José Olímpio de Melo e Randolfo Pinheiro Borges.
Esta diretoria tomou posse no dia 08 de dezembro de 1961 que foi seguida de um baile, por todos esperados que durou até as duas horas e trinta da madrugada. Esse fato está registrado em ata feito por Sebastião Borges de Amorim.
Sua filha Maria Cristina Bicalho, uma das mais atuantes pessoas da sociedade patense, pontuou a biografia de seu pai com os seguintes dizeres:
Filho de Cristiano Marques Ferreira e Maria Augusta Ferreira, nasceu em 11/01/1919 em Carmo do Paranaíba, onde foi Professor e Tabelião do Cartório do Primeiro Ofício de Notas. Foi transferido para Patos de Minas em 1955, continuando a exercer o cargo de Tabelião. Casou-se com Maria Lina Borges Marques em 12/04/1955, com quem teve duas filhas: Maria Cândida Marques e Maria Cristina Marques. Faleceu em 09/10/1069. Embora tenha pouco vivido, aproveitou a vida com intensidade. Era amoroso e caridoso de natureza, afetuoso tanto com os familiares como com todos os que cercavam. Atuante na sociedade, participou da fundação do Rotary Patos de Minas e foi Diretor dos Clubes Caiçaras, Recreativa e Patos Social Clube. Pouco viveu, mas deixou um exemplo de bem viver.
Modesto participou da diretoria do clube desde 1957, quando foi segundo secretário da gestão de Mário Garcia Roza. Presidiu a Sociedade Recreativa Patense quando tinha apenas 43 anos de idade, sendo, portanto, um dos dirigentes mais novos do clube. Brasília tinha sido inaugurada e muitos patenses haviam se mudado para lá. A cidade havia sofrido uma evasão muito grande de pessoas que foram procurar na capital do país seu destino educacional ou profissional. Foram tempos opostos aos da década anterior quando a construção da capital movimentou sobremaneira a cidade de Patos de Minas.
Os grandes eventos da Recreativa passaram a ser realizados nas férias, quando muitos patenses que estavam fora retornavam para rever a cidade, os amigos e os familiares. Período de ebulição nacional, que iria resultar no regime militar, dois anos mais tarde, mas que não teve influência na vida cotidiana da cidade. Esta seguiu seu curso, de uma maneira mais lenta e menos agitada. A Recreativa acompanhou o ritmo da cidade.
* Fonte e foto: Livro “Recreativa: Uma Jovem Acima de 80 Anos” (2018), de Dennis Lima.