CELSO CLARIMUNDO DA FONSECA ATÉ 1981

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Nascido a 31 de maio de 1932, na valorosa  cidade de Patos de Minas e na velha rua que leva o nome de seu bisavô, o Tenente Bino; filho de Cristiano José da Fonseca e Ester Pacheco da Fonseca.

Passou a primeira infância matando passarinho na Matinha, nos jardins da cidade (alguém se lembra das magnólias?), brigando na rua e assistindo, emocionado, os seriados do Flash Gordon, da Deusa de Joba e os filmes do Tarzan − Tarzan legítimo que ainda urrava.

Cursou o primário na Escola Normal, tendo tido a sorte de ser aluno da Dona Nilza Beluco, Dona Guiomar e até a honra insigne de, no 4.º ano, ter sido aluno da Dona Filomena, encerrando o primário de terno branco engomado e fazendo, trêmulo, e talvez gaguejante, o discurso de formatura.

Cursou o ginasial no Colégio Batista Mineiro, em Belo Horizonte, fazendo − um pouco menos trêmulo e sem gaguejar, vestido de terno azul de casimira aurora o discurso de formatura.

Curso científico no Colégio Marconi e Colégio Afonso Celso.

Oficial da reserva pelo CPOR de Belo Horizonte, em 1954.

Curso Superior na Faculdade de Odontologia da UMG em 1955.

Curso Superior de Administrador Hospitalar pela Universidade de São Paulo-USP − em 1977.

Durante o período de vida universitária andou incursionando pela política estudantil, tendo disso, inicialmente, membro da Comissão Social do Diretório Central dos Estudantes e orador do Centro Acadêmico. Depois membro da Diretoria do DCE, em 1953.

Deputado ao Parlamento dos Estudantes Mineiros, em 1953, eleito por absoluta falta de outros, no Congresso da UEE, em Alfenas. Donde se conclui, que realmente em “terra de cego quem tem um olho é rei”. Sempre por acaso, Secretário e Presidente do Parlamento. De uma crise na UEE, chefe do Executivo, líder da maioria no Congresso da UEE, em 1954 e orador oficial da Campanha de Esclarecimento Público. Dessa época, uma honrosa citação, nas memórias de Carlos Lacerda.

Em 1955, orador da Turma dos Formandos de Odontologia da UMG.

Em 1956, início das atividades profissionais em Patos de Minas, já casado com a senhora Magda de Castro Fonseca (“no que dei uma bruta sorte”, diz ele).

Fundador e primeiro Presidente da Associação Odontológica de Patos de Minas.

Fundador e primeiro Presidente eleito, do Rotary Clube de Patos de Minas.

Em 1958, candidato a Vereador em Patos. Tendo perdido a eleição (pela primeira e única vez) porque o partido não fez legenda.

Em 1963, transfere residência para Brasília.

Na Capital Federal exerceu os seguintes cargos: Fiscal da Previdência do extinto IAPC; Assessor da Presidência do IAPC; Coordenador de Fiscalização do IAPC; Assessor do Departamento Jurídico do IAPC para Assuntos Fiscais; Chefe de Fiscalização do INSS em Brasília. Tem o Curso de Contabilidade Aplicada à Fiscalização.

Em 1972, instala o Serviço Odontológico dos presídios de Brasília, tendo prestado serviços como dentista, nos mesmos presídios, durante 4 anos.

Retornando ao INPS, faz curso de especialista em Inquérito Administrativo.

Em 1977, presta concurso para dentista do Supremo Tribunal Federal, onde até hoje permanece.

Sócio-fundador e Diretor Financeiro do S.O.S. Médico Cirúrgico S/A, em 1972. Diretor-Presidente do S.O.S. Médico Cirúrgico S/A, em 1975.

Membro do Corpo Clínico da Casa de Saúde e Clínica Santa Lúcia S/A, em 1970.

Diretor-vice-presidente da Casa de Saúde e Clínica Santa Lúcia, em 1973.

Em 1967, ingressa na Maçonaria, na Augusta, Respeitável e Benemérita Loja Maçônica Atalaia de Brasília.

Em 1968, Deputado à Soberana Assembléia do Grande Oriente do Brasil, tendo apresentado e defendido na Assembléia, o projeto de Lei 62.

Em 1968, Redator e Signatário do manifesto dos Maçons de Brasília, quando da crise governo-estudantes.

Em 1969, orador da Loja Maçônica “Atalaia de Brasília”.

Em 1971, Presidente da Loja Maçônica “Atalaia de Brasília”. Em junho de 1971, eleito Primeiro Grão-Mestre do Grande Oriente do Distrito Federal.

Em maio de 1973, Redator e Signatário da Declaração do Ambassador que alterou a estrutura e deu novos rumos à Maçonaria Brasileira.

Presidente da Comissão que elaborou os estatutos do Colégio de Grão-Mestres da Maçonaria Brasileira.

Patrono do Grande Oriente Independente de Pernambuco. Patrono do Grande Oriente Autônomo do Maranhão.

Secretário-Geral do Colégio de Grão-Mestres da Maçonaria Brasileira.

Membro Honorário de 29 Lojas no país.

Grão-Mestre Honorário do Grande Oriente do Distrito Federal.

Realizou aproximadamente cerca de 100 conferências em Lojas e seminários maçônicos.

Conferencista e participante por volta de 50 cursos e congressos de Odontologia.

Crente evangélico, velho professor de Escola Dominical e Presbítero da Igreja Presbiteriana do Lago Sul, o que para ele, pessoalmente, significa muito mais que tudo o que foi dito antes.

Curso primário de pescador com o Tio Nenen, nas águas vasqueiras do Ribeirão da Fábrica e do Córrego da Cota. Curso secundário da mesma arte, com o Delfim e o saudoso Egberto, no Fortaleza e no Quebra-Rabo. Até hoje não logrou ingressar em Curso Superior da escola de artes de Pescador, apesar de cursinhos intensivos com o Mestre Zeca Lino, o Mestre João e o Mestre Tim, nas ricas barrancas do Araguaia e Crixás (“não há vestibular mais difícil”).

Do casamento com Magda, teve seis filhos que hoje constituem o seu orgulho e o seu patrimônio: Clênio − universitário de Medicina; Valéria − universitária de Letras-Tradução; Juliana − universitária de Direito; Celsinho − universitário de Odontologia; Marcos − universitário de Medicina; Andréia − estudante de 2.º Grau.

Além dos filhos tem ainda uma neta, Carolina, de 8 meses como diz ele: “a alegria do vô e da vó e que tem o QI mais alto do Brasil Central, pois já sabe falar ‘dá-dá’, ‘au-au’ e dar “tchau”.

Eis a sua mensagem:

“A título de mensagem, gostaria de dizer a vocês que não me conformo muito com o fato de ser considerado Conterrâneo Ausente. Todos nós, que nos encontramos afastados de Patos, sentimos uma funda nostalgia no chão.

Gostaríamos todos de, de alguma forma colaborar para o engrandecimento da cidade. As lutas que são enfrentadas aí são grandes e, acredito que os que estão distantes poderiam colaborar, mesmo que modestamente, para a vitória.

Acontece um fenômeno interessante: os que daí se ausentam são, de certa forma, proscritos pela cidade não encontrando meios de colaborar, não vai nisso uma queixa e sim uma constatação que não é só minha.

Há de haver um despertamento para que se unam aqueles que para aí foram e aqueles que daí saíram, quem sabe isto não seria benéfico?”

* Fonte e foto: Texto publicado na coluna Conterrâneo Ausente com o título Dr. Celso Clarimundo da Fonseca” e subtítulo “Odontólogo do Supremo Tribunal Federal − Diretor Vice-Presidente da Casa de Saúde e Clínica Santa Lúcia em Brasília” na edição n.º 17 de 31 de janeiro de 1981 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

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