Os que visitam o cemitério e depositam uma flor no túmulo mais artístico ou mais humilde, estão, num sentido profundo, prestando uma homenagem não à ausência e à dor, mas à esperança no amanhã desta cidade… Estas considerações iniciais, eu as faço lembrando-me da figura de Mário da Fonseca Filho, cuja existência entre nós foi um exemplo constante de dedicação à família, ao estudo e ao trabalho… Patos de Minas lhe fica devedora, e seria pretensão de minha parte sintetizar com algumas expressões o significado da existência dele, como cidadão probo, devotado à profissão de advogado…
Nasceu ele em Lagoa Formosa, aos 22 de julho de 1929… Eram pais de Mário da Fonseca Filho, Mário José da Fonseca e D. Alzira Borges Souto… Iniciou os estudos no Grupo Escolar Coronel Cristiano, na terra natal. Aqui concluiu, no Ginásio Benedito Valadares, o chamado hoje curso de 1.º grau. Seguiu depois com destino à capital do estado, onde terminou, no Colégio Marconi, o extinto curso clássico… Em dezembro de 1952 recebeu o grau de bacharel em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais…
Em todas as comarcas onde atuou, deixou marcas penetrantes de seu saber jurídico… Ético e abnegado no exercício profissional, Mário da Fonseca Filho consagrou-se, fora do direito, a múltiplas atuações. Filiou-se à velha União Democrática Nacional (UDN)… exerceu o mandato de vereador por três legislaturas (1958 a 1972)… ocupou a presidência da Câmara Municipal em 1967, foi líder do governo e membro, por várias vezes, da Comissão de Finanças, Justiça e Legislação… Fundou e dirigiu o jornal “Correio de Patos”… pertenceu ao Rotary Clube de Patos de Minas, do qual foi sócio fundador… prestou ainda serviços ao esporte, dentre os quais a idealização e criação da Junta Disciplinar, denominada hoje Justiça Desportiva… por dois anos desempenhou a função de vice-presidência da 45.ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil e Minas Gerais… Lia no original poetas e prosadores franceses… tinha um conhecimento raramente visto dos escritores clássicos brasileiros e dos portugueses contemporâneos e modernos…
Eis aí os traços da vida de Mário da Fonseca Filho. Todas as atividades a que se dedicou o engrandeceram e honraram. Em 1960, desposou Heloísa Maria de Magalhães Fonseca. Do consórcio matrimonial nasceram-lhe cinco filhos: Patrícia Fonseca, advogada e casada com o também advogado Dr. João Humberto de Campos; Valéria Fonseca, professora e esposa do comerciante Luiz Antônio de Carvalho; Ricardo Mário, comerciante e marido de Tânia Araújo Fonseca; Rodrigo Mário, advogado; e Ronaldo Mário, que a exemplo dos dois outros irmãos e do pai, está fazendo o curso de direito… Deixou seis netos, verdadeira paixão de sua vida.
* Fonte e Foto: Trechos do pronunciamento feito por Altamir Pereira da Fonseca, na Rádio Clube de Patos, no dia 02 de novembro de 1991, em memória de Mário da Fonseca Filho, falecido nesta cidade em 06 de fevereiro de 1991, trechos estes publicados na edição n.º 01 do jornal O Tablóide de 01 de maio de 1996, do arquivo de Fernando Kitzinger Dannemann.