Neste lugar onde hoje estou acomodada existia uma casa antiga, simples até, que foi construída nos idos tempos do surgimento da Praça de Esportes, que hoje é o PTC. Depois de ter passado por algumas reformas ela foi consumida pelo tal tempo e desapareceu. Foi quando fui erguida, com muito pesar pra mim. Não é […]
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DEIXAREI SAUDADE – 278
Se você aí está pensando que sou muito antiga, acertou mais ou menos. Estou aqui na Rua João Messias Marques, no Bairro Sobradinho, chegando na Avenida Padre Almir Neves de Medeiros. Eu não era assim como você está me vendo. Era um pouquinho mais simples, mas, de pouquinho em pouquinho foram me maquiando e hoje […]
DEIXAREI SAUDADE – 279
Até hoje me lembro do barulho do pessoal dos circos, muitos circos, que aportavam naquela esquina¹, alguns até com animais, inclusive um com um bitelo elefante. E quando tinha o tal globo da morte, ouvia daqui o ronco das motos. Bão demais da conta era a risaiada das crianças com os palhaços, os gritinhos de […]
DEIXAREI SAUDADE – 280
Por aqui dentro muito se comenta sobre os males que vem acontecendo mundo afora, como o Covid-19, as guerras, as intempéries climáticas, nacionalmente a Dengue, a bandidagem fora de controle e agora a tragédia no Rio Grande do Sul. Nessa semana duas senhoras já na casa dos 80 anos se encontraram bem à minha frente […]
DEIXAREI SAUDADE – 281
Certo dia, um neto de uma das almas que aqui mora, perguntou ao avô: – Por que essa rua se chama Afonso Pena? A resposta: – Eu sei que ele foi Governador de Minas Gerais e Presidente da República, mas, interessante é que não há nenhuma Lei que decretou essa rua com o nome dele […]
DEIXAREI SAUDADE – 282
O tempo é inexorável para os humanos, para os animais, para os vegetais, para os microrganismos, para os insetos, para os vermes, enfim, para todo e qualquer tipo de vida. Até aquilo que não tem vida, como por exemplo as rochas, cedem às intempéries da natureza e se reduzem a pó. E também, o tempo […]
DEIXAREI SAUDADE – 283
Pois é, sô, cá estou nesse estado de desamparo. E não sei se fico triste ou alegre ao perceber um sujeito em frente a mim me fotografando. Ele já é rodado, deve ter mais de sessenta anos, pelo que meus tijolos atinaram. Será que com essa idade ele porventura teve a oportunidade de me ver […]
DEIXAREI SAUDADE – 284
Não tenho por hábito comentar sobre a minha vida de imóvel. Por dois motivos simples: o primeiro é porque não gosto mesmo, e o segundo é porque isso pouca interessa aos humanos. E nessa, nem sei quanto tempo que fiz algum comentário sobre mim ou sobre esta região onde fui erguida¹. Agora sinto que chegou […]
DEIXAREI SAUDADE – 285
Os humanos não acreditam que os imóveis têm a capacidade de se comunicarem uns com os outros. Mas, sim, temos a capacidade de enviar mensagens e quanto mais perto melhor, as mensagens chegam ao destino com clareza. Ao contrário, quanto mais longe, pior, e na maioria das vezes não há contato. Como nós fazemos isso? […]
DEIXAREI SAUDADE – 286
Quem é observador vai reparar duas características em mim que eram muito comuns nos idos tempos. Pra não perder muito tempo, vou logo destacando a primeira, que é esse belo pé de manga, e nisso me sinto uma privilegiada. Antigamente, praticamente todas as casas tinha, pelo menos, um pé de manga, mais comumente nos quintais, […]
DEIXAREI SAUDADE – 287
O porque eu cheguei nesse estado deplorável? Essa região aqui era conhecida como Lagoa dos Japoneses por causa, acredito que todos sabem, de uma colônia de japoneses que habitava suas margens¹. Praticamente não tinha casas e muito menos ruas. Isso até 1953, quando surgiu um baita loteamento e que por causa disso quase acabaram com […]
DEIXAREI SAUDADE – 288
Essa é a esquina da Getúlio Vargas com Brasil, duas das nossas principais avenidas. Sinceramente não me lembro o ano em que fui erguida. Tanto faz pra mim, isso pouco me importa. O que me importa é que sou muito observadora, demais da conta até, o suficiente pra não deixar de perceber que tudo, absolutamente […]