Resultados encontrados: 2018

DEIXAREI SAUDADE – 56

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Houve uma época, se não me engano no finalzinho da década de 1960, era dia sim e outro também, era de manhã, de tarde e de noite, era a todo o momento e lá estava por completo a minha estrutura ouvindo esse refrão de uma música: É a volta do cipó de aroeira no lombo […]

DEIXAREI SAUDADE – 57

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Havia um boteco aqui perto frequentado por almas sofridas que labutavam o dia todo na ânsia de se sentirem aliviadas. No cenário tradicional as mesas, cadeiras e conversas tresloucadas, ora mansas, ora agressivas. A mesma gente de sempre, derramando copos de aguardente, de cerveja, senão gelada, até quente ao santo satisfazia. E entre brindes e […]

DEIXAREI SAUDADE – 58

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Não, eu não estou afundando nas entranhas do solo. Pode até parecer, mas a verdade é que os meus construtores não tiveram paciência, ou sabe-se lá outra coisa, para nivelar adequadamente esse pedaço de barranco que vai dar lá no Córrego do Monjolo. Não era tanto assim quando surgi. O problema foi quando asfaltaram a […]

DEIXAREI SAUDADE – 59

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Já ouvi dizer que os humanos têm alma e que ela trabalha no interior dos corpos do pai e da mãe para formatar o corpo físico a ser ocupado. Ouvi ainda que depois de haver influenciado os genitores para que o feto se formasse perfeito, a alma o ocupa para mais uma de suas vidas […]

DEIXAREI SAUDADE – 60

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Sou duplamente privilegiada. À esquerda, a Rádio Clube de Patos. À direita, a residência da família do Cel. Arthur Thomaz de Magalhães. Viver todos esses anos ao lado da emissora pioneira presenciando as idas e vindas em meu passeio daqueles que a fundaram e dos profissionais que a formataram é realmente um enorme privilégio. Quantos […]

DEIXAREI SAUDADE – 61

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Não está sendo fácil amanhecer diariamente com este monstrengo do edifício esqueleto¹ a ofuscar a sensibilidade de minhas paredes. Há anos isso está aí a enfear toda a Cidade. Quando eu era ocupada por almas de várias espécies de comportamentos com seus comércios que quase sempre não obtinham sucesso, até que eu não prestava muita […]

DEIXAREI SAUDADE – 62

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Sou da época em que reinavam na Cidade as máquinas de beneficiar arroz. Isso a partir do final da década de 1940, quando fracassou o sonho do trigo patense¹. Para tudo quanto era lado havia uma máquina de beneficiar arroz. Nos jornais abundavam as propagandas dos comerciantes de arroz. Nessa região onde me construíram², reinou […]

DEIXAREI SAUDADE – 63

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Palavras são palavras, nada mais que palavras. Eu ouvi demais da conta essas palavras saindo de uma televisão preto e branco, se não me engano ditas por um tal de Walfrido Canavieira¹. É que as almas que me habitavam naquela época gostavam de ouvi-las, e como minhas paredes têm ouvidos afinadíssimos, ficava ouvindo aquilo sem […]

DEIXAREI SAUDADE − 64

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Certo dia, em meio à minha simplicidade, deparei-me com motosserras ensurdecedoras atacando com voracidade as árvores do canteiro central dessa avenida¹. Eram bonitas, apaziguavam o ambiente. Meus ocupantes e o povo discutiam sobre aquilo e a gente da prefeitura explicando aos incomodados que as raízes das enormes árvores estavam danificando a galeria que comporta o […]

DEIXAREI SAUDADE − 65

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Eu nasci na poeira, nasci na lama, tinha no quintal uma amoreira e eu nunca tive fama. Minha dona era bordadeira e meu dono a tratava como dama. Era gente simples, mas não tinha baboseira, apenas um drama: chiadeira era o panorama. Enfim, surgi no mundo, com muita dificuldade, erguida por pessoas humildes que chiavam […]

DEIXAREI SAUDADE − 66

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Perceberam a estampa, a arquitetura diferenciada? Sei lá quem me construiu, pouco me importa, e esse pouco me importa você vai entender daqui a pouco, mas quem me ergueu me fez surgir no mundo patense como um imóvel além do tradicional caixote telhado. Ô José das Chagas, que o além continue lhe guardando com todo […]

DEIXAREI SAUDADE − 67

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Certa vez, questão de um ano no máximo, um bêbado daqueles tradicionais que desprestigiam o Mercado Municipal e seu derredor, passava pelo passeio bem à minha frente¹ quando, não conseguindo manter o equilíbrio no piso em declive, esborrachou-se com a cara no chão e ficou estirado por um bom tempo bem no local onde outrora […]