DEIXAREI SAUDADE – 299

Postado por e arquivado em 2024, DÉCADA DE 2020, FOTOS.

Os mais rodados devem saber, mas tenho certeza de que os jovens não sabem. É que eu fui construída na época do surgimento do Ginásio Nossa Senhora de Fátima, que hoje é o Colégio Marista, e essa praça era apenas um descampado que tinha o nome de Praça XV de Novembro, e hoje atende pelo nome de Praça Champagnat. Continuando, eu fui erguida como residência, somente residência. Sabe-se lá quando, pois não me lembro, fui modificada e transformada numa pequena mercearia. Depois, alçaram-me à condição de buteco e assim, passando para algumas mãos e sofrendo transformações, cá estou ainda como buteco, quer dizer, para ser chique, é chopp & grill. Bem, deixemos isso pra lá porque isso já passou e eu quero é lamentar o meu futuro, o meu triste futuro, pois é certo como três mais três é igual a seis que coisa ruim me aguarda. Pessimismo? Nada a ver com pessimismo, e sim, puramente realismo. Repare o bitelo aí à minha direita. Manjou, sentiu o realismo que está tomando conta de toda essa região? Sei lá quanto tempo ainda vou ser um bar. Voltar a ser residência, nem pensar. Então pensar em que? No tempo do Ginásio Nossa Senhora de Fátima? No tempo em que a rua Major Gote aí pra cima tinha o nome de Irmão Exuperâncio? Não quero pensar nesse saudosismo que não vai me levar a lugar algum e que não vai evitar o meu já traçado futuro: desmanche, puro e simplesmente desmanche. Confessando, acredito até que estou durando além da conta. No frigir dos ovos, humildemente contento-me em fazer parte da História de Patos de Minas. E quando eu for, deixarei saudade!

* Texto e foto (16/08/2024): Eitel Teixeira Dannemann.

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