TEXTO: JORNAL O PATENSE (1949)
Fala-se outra vez, e parece que agora vai dar certo, na vinda de duzentas famílias italianas para a colonização das terras do município. Elas cuidarão, principalmente, do plantio de trigo, não se falando do cultivo de hortaliças, em que são mestras consumadas¹.
Com a vinda desses alienígenas, Patos tomará nova feição, aprestando-se para a arrancada de seu grandioso e incontestavel destino.
A natureza brindou êste rincão do Oéste Mineiro com dádivas extraordinárias: terras ubérrimas, clima saudável e magnífica topografia.
Desconhecemos por completo as graves endemias que assolam outras partes do país. Nossas serras e montanhas, contrastando com as da Zona da Mata, que são abruptas, possuem encostas de pendor suave, próprias para o manejo das grandes máquinas agrícolas.
A Patos poderíamos aplicar, com mais propriedade, a expressão de Vaz Caminha, referindo-se à terra brasileira: “querendo-a aproveitar dar-se á nela tudo…”. E nosso solo vai ser aproveitado. A bela e enérgica raça do Mediterrâneo, descendente de povos agricultores, encontrará aqui o seu “habitat” ideal e irmanada com os fortes e sóbrios caboclos, transformará nossa terra na mais rica, próspera e feliz terra mineira.
* 1: Leia “Boa Idéia, Grande Fracasso”, “Colônia Agrícola Abandonada Pelo Governo”.
* Fonte: Texto publicado com o título “Patos, Cornucopia de Minas” na edição de 20 de novembro de 1949 do jornal O Patense, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do UNIPAM.
* Foto: Primeiro parágrafo do texto original.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.