CINEMA E CALOR

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A1TEXTO: JORNAL O PATENSE (1949)

Há pouco lemos em uma revista a descrição do cine Roxy, de Nova Iorque, de tal luxo e conforto com suas confortaveis poltronas, ventilação e renovação de ar que as fitas mais mediocres se assistem até com prazer, suprindo a deficiência das mesmas o bem estar que se experimenta no ambiente da sala de projeção. Quer dizer que mesmo na grande cidade americana e na sua melhor “boite” às vezes se impingem “abacaxis” à platéia, não sendo portanto de causar espécie por aqui, e mesmo aos domingos, tenhamos vez por outra, de suportar filmes ruins.

Não temos poltronas nem renovação de ar mas o que está a exigir é mais atenção por parte dos administradores ou concessionários dos cinemas locais para dar um “jeitinho” nos dias de calor e abrir algumas portas laterais do cine Tupan, durante a projeção. Nem se diga que a claridade prejudique pois assim não se poderia de dia, com luz difusa, exibir filmes em matinée. O que é preciso é solucionar o problema do calor ou atenuar-lhe as consequências conhecidas de mal estar, exclamações enfadonhas de “ufis” e outras que tais e a mais simples de todas: a abstenção por parte do frequentador de ir ao cinema.

Bem de ver que nos referimos ao cine Tupan, pois no cine Olinta a medida, pela disposição mesmo do prédio, é inexequível.

* Fonte: Texto publicado com o título “O Cinema e o Calor” na edição de 20 de novembro de 1949 do jornal O Patense, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Fgm-go.org.br.

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