BRENO CAIXETA DE MELO − 20.º PRESIDENTE DA RECREATIVA

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Dr. Breno é ligado à Recreativa desde a mocidade. Quando chegou a Patos, recém-formado em Direito, foi oferecido um baile aos formandos. Nesse evento, fez o discurso de agradecimento à homenagem que foi a eles prestada, em nome de todos os formandos. Era o ano de 1960. A partir daí passou a frequentar o clube, como secretário, na gestão de Joãozinho Andrade e de outros presidentes. Passados alguns anos, faltaram candidatos para assumir a presidência da SRP, que na época enfrentava um período de renda baixa e com dificuldade de sobrevivência.

Na sua forma de expressar, Dr. Breno diz que foi “pego a laço e me puseram na presidência da Recreativa”, numa eleição pouco confiável em 1971, mais pelo abandono que o clube se encontrava. Ele diz que assumiu o cargo de forma quase forçada. Ele relutou muito para aceitar a missão. Nesse período, não parecia ser muito vantajoso ser presidente da Recreativa como o é agora. Hoje representa um status social. Era uma fase de decadência.

Ao chegar ao cargo, encontrou o caixa numa situação precária com uma renda mínima advinda dos eventos e do jogo. As finanças estavam muito restritas. Dr. Breno resolveu então realizar alguns bailes de uma forma um tanto forçada, “meio na marra” como diz e o melhor deles foi com a Orquestra Casino de Sevilla, com muita dificuldade para se pagar os músicos. A orquestra fez um preço muito camarada, porque era um dia da semana, segunda-feira, livre na agenda para apresentação. A participação não foi muito grande, mas quem foi gostou de verdade e aplaudiu com vontade. Como já conhecia a orquestra e gostava muito do show dos músicos, Dr. Breno contratou-os mesmo a contragosto de algumas pessoas.

Outro evento interessante foi o carnaval, que foi bem sucedido, embora já não existisse o carnaval de rua e também o lança-perfume havia sido banido. Orlando Rabelo de Souza, o Botão, é que era o artista preferido e contratado para tocar nos bailes.

É de seu tempo ainda, o salão de jogos, funcionando ao lado do salão principal, a biblioteca e o piano, que ficava em um canto à esquerda da escadaria que era a entrada pela Rua Major Gote. O tesoureiro de seu mandato foi Inácio Queiroz, que já tinha exercido a função em gestões anteriores e foi, inclusive quem insistiu para que o Dr. Breno se candidatasse ao cargo. Após o final de seu mandato, de apenas um ano em 1972, continuou a frequentar o clube por muito tempo até parar de comparecer aos eventos. Em sua opinião, a SRP já teve o seu momento de glória, assim como o Patos Social. Hoje os tempos são outros.

Dr. Breno, filho de Aurélio Caixeta, nasceu em Patos sem ainda o “de Minas” em 1933, já era casado com Maria Elizabeth Oliveira Caixeta de Melo, quando assumiu a presidência e sua família é formada por quatro filhas e um filho: Ana Maria, Flávia, Cháritas, Daniela e Alexandre. Hoje são 12 netos. Dr. Breno disse que as filhas e o filho, enfim, toda a família não tem conexão com a SRP. Apenas uma cota hoje o liga ao clube. Além das recordações.

* Fonte e foto: Livro “Recreativa: Uma Jovem Acima de 80 Anos” (2018), de Dennis Lima.

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