TEXTO: JORNAL O PATENSE (1950)
O primeiro aniversário da instalação do escritório da D.N.E.F. em nossa cidade, transcorrido a nove do corrente, foi para os patenses de bôa vontade o marco indelevel da fórça inquebrantavel de um punhado de homens públicos da envergadura de Leopoldo Maciel, Gabriel Passos, Israel Pinheiro e tantos outros, sob a égide enaltecedora de Eurico Gaspar Dutra, cimentado pela tenacidade persistente desse pioneiro do trabalho construtivo e realizador que é o dr. Santorino Levita, ilustre e competente chefe do escritorio central¹.
Varrendo de testada o otimismo do incredulos ou dos eivados pelo indiferentismo das mentalidades raquíticas, s. sia. numa demonstração superior aos interesses de uma equação personalistica, trouxe-nos as provas concretas da solução de um problema vital que constituira privilegio amorfo das gerações passadas, vazias de qualquer tendencia evolutiva e despojadas de quaisquer iniciativas que os incitasse para frente e para cima.
Patos de Minas não poderia ser melhor aquinhoada nesta hora de marcha trepidante, quando tudo que a circunda traz o imperativo de jamais recuar e que nem ao menos é licito conhecer o arrefecimento dos embates que travam em todos os setores e por todos os recantos, mesmo porque, governo e governados reclamam a conjugação de esforços para colimar a etapa coletiva aos interesses do municipio.
Não foi a fidalguia − apanagio do moço chefe do escritorio do D.N.E.F. que nos empolgou − foi antes o trabalho rudemente executado sob suas ordens, dentro de doze meses suficientemente necessarios para, das escavações feitas abruptas, soterrar os negativistas ferrenhos do progresso de nossa terra.
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Conforme noticiamos domingo último, os funcionarios da Comissão de Estudos e Construção CC-6, comemorando o 1.º aniversario da instalação do escritório nesta cidade, fizeram realizar interessantes festividades, as quais contaram com a presença das altas autoridades locais e pessoas gradas. Pela manhã do dia 9, foi rezada missa na Matriz pelo revmo. padre Alaor Porfírio de Azevedo. Em seguida, no escritório central, foi exibida aos visitantes a planta da futura estação ferrea da cidade; às 11 horas, enorme multidão compareceu ao local previamente escolhido para a futura estação², onde se procedeu ao lançamento da pedra fundamental, discursando nessa ocasião o dr. Santorino Levita, engenheiro chefe da construção; o dr. Ernani de Morais lemos, em nome do Prefeito Municipal, o revmo Padre Alaor Porfírio e o deputado Leopoldo Maciel.
A’ tarde, realizou-se visita aos trechos em construção (serviços mecanizados), tendo os visitantes ficado bastante impressionados com o vulto das obras que se estão realizando.
A’ noite, coroando as festividades promovidas pelos funcionarios do D.N.E.F., foi-lhes oferecido um cocktail pela Prefeitura Municipal, no auditório da Rádio local, comparecendo ao mesmo a alta sociedade patense.
* 1: Leia “A Estrada de Ferro Está Chegando”.
* 2: Leia “Vende-se Casa na Praça da Futura Estação Ferroviária − 1950”.
* Fonte: Texto publicado com o título “Solenemente comemorado o 1.º aniversário da instalação do Escritório Central do DNEF nesta cidade − Missa solene − Lançamento da pedra fundamental da futura estação férrea − Visita aso trechos em construção − Homenagem da Prefeitura aos executores da grande obra” na edição de 14 de maio de 1950 do jornal O Patense, do arquivo do Laboratório de Estudo, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Eitel Teixeira Dannemann (03/11/2015). Atrás da Vila Olímpica da URT, no Bairro Cidade Nova, há diversas ruínas da construção. Essa é uma delas.
