TEXTO: JORNAL FOLHA DE PATOS (1943)

E’ de ver a evolução dos sentimentos cívicos da cidade.

Todas as datas nacionais passaram, ultimamente, a ser comemoradas em ambiente festivo e alegre.

Representa o fato, inequivocamente, o evoluir constante da educação e da instrução da terra.

Pudéra!… crescem dia a dia os estabelecimentos de ensino, aperfeiçoam-se os sistemas pedagogicos, as lições da experiencia abrem renovadas perspectivas e o entusiasmo do professor vai em progressão geometrica.

A luta pela educação, nos meios sertanejos, exige mais constancia e pertinácia para, lentamente, produzir resultados.

Deve mesmo iniciar-se pelas camadas mais altas, no intuito de decorrer delas o exemplo que impõe, a todos, atitudes corretas e civilizadas.

O respeito às datas nacionais, o culto pelos dias da pátria, o sentimento de afeição patriótica, valem por principios basicos, na melhoria do padrão educacional de uma sociedade.

Festejando os dias da patria, insensivelmente passamos a festejar o dia dos ascendentes e dos descendentes e, consecutivamente, o dia dos amigos e da propria cidade.

Quem falasse, tempos idos, em comemorações patrioticas em nosso meio, ou era ouvido pelo indiferentismo dos maiores, ou apupado pelos funcionarios  recalcitrantes, ou desprezado pelos mocinhos de chapéu grande e revólver no cinturão.

Hoje, a lembrança vibra com a mocidade, é colorida de flores nas solenidades e reboa palmas verdes de esperança nos corações.

SAUL.

* Fonte: Texto publicado na edição de 21 de novembro de 1943 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Foto: Parágrafos iniciais do texto original.