OLEGÁRIO DIAS MACIEL: 10.º ANIVERSÁRIO DA MORTE

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Faz 10 anos, hoje [05/09/1943], que morria em Belo Horizonte o inolvidável Presidente Olegário Dias Maciel.

Minas perdeu com êle um chefe invacilante nas horas de tormenta e um batalhador denodado pelas prerrogativas maiores de nosso Estado.

Eleito presidente quando o Govêrno Central se arrependia das arremetidas com que golpeara Minas, atingindo-a no recesso de sua dignidade, o grande eleito obtemperou a tôdas as propostas de aproximação que lhe foram dirigidas, não poder a altivez dos montanheses capitular no instante em que as feridas ainda estavam sangrando.

Sem ódio e sem rancor escalou a curul presidencial onde a sua fibra inata e a sua energia sem par fariam, como fizeram, que Minas descrevesse o traço mais forte da sua grandeza e de sua dignidade, sacudindo todo o país na arrancada magnífica de outubro de 930, movimento infrene de restauração e de reivindicação de tôdas as liberdades individuais.

Ainda no fragor das batalhas, quando oportunistas queriam no lusco-fusco aproveitar-se da confusão, a voz serena e firme do velho presidente respondia que Minas não deporia as armas enquanto o candidato da aliança liberal não assumisse o poder.

Satisfeitos os anseios do povo brasileiro com a vitória da causa por que Minas se empenhara e se sacrificara, o austero varão jamais permitiu o reaparecimento da politicagem desenfreada, esgrimista da sombra, confabuladora das trevas que, apunhalando pelas costas, eternizasse as atitudes venenosas de Caim.

Assim é que repeliu o golpe de 18 de agosto…

Inquebrantável na sua solidariedade, inflexível na sua fidelidade, inexorável no seu sacrifício pelo amigo e pelo correligionário, Olegário Maciel, no poder, não podia tolerar o tartufismo, a ingratidão e a traição, não admitiu e soube reprimir.

Empenhado intimamente por que fosse o país de logo constitucionalizado, bateu-se o eminente homem público contra a revolução constitucionalista de S. Paulo, porque a palavra do Ditador lhe merecia fé, de que a constituição viria imediatamente dentro da ordem, do direito e da justiça.

Ao tombar, repentinamente, na lúgubre manhã de 5 de setembro de 1933, o Ministro Oswaldo Aranha só pôde afirmar que com êle tombava “o maior vulto da revolução de 30”.

Para o Brasil a quem tudo deu, para Minas a que encheu de glórias e para Patos que sempre foi a “menina de seus olhos”, a morte do inesquecível mineiro abriu um vazio que, longe de encher-se com as nossas lágrimas e com as nossas homenagens, deve conter os nossos atos e as nossas atitudes pelo bem e pela grandeza da pátria.

Lutando pelo Brasil, cultuamos a memória paradigma do grande brasileiro.

* Fonte: Texto publicado com o título “Presidente Olegário Maciel” na edição de 05 de setembro de 1943 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Foto: Do Arquivo Público Mineiro.

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