EPILEPSIA IDIOPÁTICA FELINA

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É grande a lista de possíveis causas de convulsão em felinos, sendo a epilepsia a causa menos comum. O termo convulsão não se trata de um sinônimo para epilepsia, o mesmo está comumente correlacionado como uma das manifestações clínicas mais visualizadas em indivíduos portadores de epilepsia. Ela pode ser classificada em três categorias. Epilepsias primárias (idiopáticas-EI/ genéticas), epilepsias secundárias (estruturais) e sintomática provável (adquirida). A EI felina afeta aproximadamente 0,5 a 2% da sua população, sendo a faixa etária mais acometida de 1 a 4 anos.

Essa síndrome possui duas apresentações de crises, onde são classificadas quanto às suas manifestações clínicas: generalizada, onde o animal irá apresentar movimentos tônico-clônicos propriamente ditos; parcial, no qual apresenta-se de maneira mais branda, sendo mais relatado espasmos faciais e movimentos repetitivos como catar moscas imaginárias.

Para conclusão do diagnóstico, se faz necessário o levantamento do histórico do paciente, somando assim juntamente com os laudos dos exames complementares. Os exames de imagem são de grande importância para avaliação de um paciente neurológico, pois através deles conseguimos identificar ou descartar diversas possíveis causas que possam está levando o animal a apresentar manifestações clínicas. Não existe tratamento definitivo, porém pode-se fazer uso de medicamentos anticonvulsivantes, com o objetivo de controlar as crises. A escolha do fármaco e a dose que deverá ser utilizada vão variar de acordo com o quadro do animal.

O fenobarbital é um dos mais utilizados, pois apresenta um quantitativo de respostas satisfatórias, baseando-se também no seu custo reduzido. É crescente os estudos relacionados à utilização de novos fármacos. O canabidiol é uma das substâncias que mais vem sendo estudadas, apesar de existir uma grande dificuldade devido a restrições legais, Porém faz-se necessário um estudo mais aprofundado dessa substancia, para melhor entendimento da sua farmacodinâmica e farmacocinética.

A epilepsia idiopática felina é uma síndrome considerada incomum, tanto para a medicina de felinos como para os especialistas em neurologia. Porém, mesmo sendo uma síndrome pouco comum, pode-se dizer que existe diversos viés, no qual podem dificultar a conclusão do diagnóstico definitivo. A grande maioria dos indivíduos que chegam à clínica com quadros de crises convulsivas acabam sendo negligenciados quanto a investigação do real motivo para as crises, sendo os mesmos submetidos diretamente a tratamento prolongado com anticonvulsivantes.

Vale lembrar que o uso de maneira aleatória desses medicamentos sem antes verificar como estão os padrões bioquímicos, podem agravar o quadro desses animais. Quando corretamente investigado, após descartar as demais hipóteses que possui como manifestação clínica as convulsões, podemos enfim decidir qual o melhor protocolo terapêutico a ser seguido. Portanto, faz-se necessário esclarecer ao máximo o proprietário, sobre essa síndrome EI, deixando o mesmo ciente que apesar do tratamento não trazer a cura, o mesmo tem como objetivo dar uma sobrevida, melhorando assim o bem estar do animal.

* Fonte: Epilepsia Idiopática Felina − Relato de Caso (2018), de Daniela da Silva Lira.

* Foto: Veja.abril.com.br.

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