PAZOLIANA – CAPÍTULO 34: O INÍCIO DA NOVA ERA

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“O passado é história, o futuro é mistério, e hoje é uma dádiva. Por isso é chamado de presente.” Provérbio Chinês

Na cartilha deixada por Etnaduja, não restavam dúvidas a respeito de como seria a colonização. Não houve nenhuma objeção. Afinal de contas, objetivar o que na situação em que se encontravam? O homem prateado desceu novamente, desta vez para se despedir. Quem sabe, definitivamente, pois não se tinha noção do tempo que seria consumido nas pesquisas sobre a eliminação do invasor microscópico. Um dia, era uma realidade aparente, os siuza e os sedrev voltariam, talvez com outra geração. Um dia, quem sabe, a Terra pazoliana também recebesse visitas dos Sise. Para surpresa exclusiva da família Mantiqueira, pois os outros não o conheciam, o ex-Sued e agora definitivamente comandante Otap, resolveu dar as caras para o aconchego final. Igualmente com uma vestimenta protetora, desejou ao povo sucesso total no novo lar, e que fossem adeptos fervorosos da cartilha, pois era o único meio de progredirem sem cizânias.

Dia 1.º de janeiro do ano 1 da Era Pazoliana. Cada membro da comunidade já estava em suas devidas ocupações. No céu, formou-se uma imensa nuvem negra que foi cobrindo a luminosidade do dia, parecendo um eclipse total do sol. Todos estancaram as suas atividades para, assustados, presenciarem o fenômeno. Aos poucos, a nuvem negra se espalhou formando uma infinidade de pontos negros. Estes pontos foram crescendo no céu até que cada um deles se transfigurou numa nave espacial. Inúmeras, belas e luminosas naves espaciais. Se nos áureos tempos terrestres se chamava uma caravana de carros de carreata, estava havendo naquele momento uma naveata. Eram as naves dos siuza e dos sedrev que resolveram proporcionar o belo espetáculo de voos rasantes, voos de despedida. Foram cinco minutos de êxtase, onde lá embaixo e lá em cima as emoções se continham a não poder mais. Aos poucos, foram-se retirando uma a uma, em fila indiana, sumindo no azul infinito, até que restou uma única. Era a nave de comando. Saindo de dentro daquele útero metálico, a comunidade ouviu pela última vez as vozes de Otap e Etnaduja. Lágrimas celestes e lágrimas terrenas selaram o adeus final, eterno. Enquanto a nave desaparecia em direção ao futuro, o presente se solidificou em cada um dos novos terráqueos, agora denominados pazolianos, os habitantes do planeta Pazolia.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Desenho e montagem de Eitel Teixeira Dannemann.

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