DEIXAREI SAUDADE − 112

Postado por e arquivado em 2020, DÉCADA DE 2020, FOTOS.

Uma das almas que atualmente me ocupam tem duas paixões na vida: a Igreja do Rosário aí em frente¹ e a História de Patos de Minas. Não perde uma missa e quando está com o computador ligado não sai de um tal de EFECADEPATOS. Eu não tenho absolutamente nada a ver com isso, minha obrigação é aconchegá-lo, assim como aos outros. Afinal, foi para isso que fui erguida. Sobre as missas, cada um com sua crença. Agora, sobre História, sempre considerei uma bobagem, perda de tempo dessa alma. Afinal, mesmo eu não tendo nada com isso, como já disse, praquê voltar ao tempo que já se foi há muito tempo? Eis que, de repente, reparo na tela do computador lamentações de algumas de minhas semelhantes quanto aos seus destinos. Aí caiu a ficha. Eu me considerava eterna ao lado dessa igreja, e que no transcorrer dos séculos abrigaria um mundaréu de almas. No que reparei nos prédios ao meu redor e prestando atenção nas palavras é que me veio a apavorante verdade: como todas as minhas irmãs que se foram, nada mais sou do que um monte de tijolos com o destino cruel do desaparecimento. Triste, tétrica realidade que somente a fé em Deus dessa alma é que consegue diminuir a minha sensação de morte iminente. Vai daí que também desandei a admirar a História, pois foi ela que me mostrou a minha futura condição. Lamentar é preciso, claro, mas aceitar o nosso destino é obrigação. Então, História de Patos de Minas, como todas as outras, sou parte de ti, e quando eu for, igualmente deixarei saudade!

* 1: O imóvel localiza-se à Travessa Maria Inês de Jesus, lateral direita da Igreja do Rosário.

* Texto e foto (28/02/2020): Eitel Teixeira Dannemann.

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