CORRUÍRA

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A Corruíra (Troglodytes musculus), além de aparecer no Brasil inteiro, tem ampla distribuição desde o Canadá até o Sul da Argentina e Chile. Possui diversos nomes populares, tais como correte, maria-judia (Pará), currila, cambaxirra, garrincha (Alagoas, Minas Gerais e Maranhão), cutipuruí (Pará, Amazonas), rouxinol (Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte), corruíra-de-casa, carriça, garriça, curuíra, coroíra, curreca (Santa Catarina) chirachola e carruíra (Rio Grande do Sul). Muito comum, ocorre no Cerrado, Caatinga, borda de matas, margens de banhados e arredores de casas e jardins, inclusive no centro de cidades. Com 10 a 13 centímetros de comprimento e peso entre 10 e 12 gramas, tem um canto trinado, extremamente alegre e melodioso. Não à toa, é parente do Uirapuru, considerado o pássaro brasileiro de canto mais bonito.

Por estar acostumado a fazer de qualquer cavidade um ninho, vem desta prática o significado do gênero de sua espécie (Troglodytes), que quer dizer “morador da caverna”. Já musculus quer dizer rato. E, de fato, quando a Corruíra está saltitando aqui e ali, os mais desavisados certamente poderão achar que ele é um camundongo e não um pássaro. A diferença fica por conta de um “crét, crét”, rouco e baixo, que ele emite sem parar enquanto se move.

É um dos pássaros que mais se aproveita dos ninhos artificiais disponibilizados pelos humanos, especialmente caixas com entrada pequena. Nidifica em qualquer cavidade, como troncos de árvores ocas, embaixo de telhas de casas ou em ninhos de outros pássaros (já houve registro deles serem montados em telefones públicos, tratores, caixas de música, etc.). São constituídos principalmente por gravetos entrelaçados com no máximo 18 centímetros. No local em que são depositados os ovos (câmara) há revestimento de penas de outros pássaros, pelos, provavelmente de bovino, suíno e equino, e grande quantidade de cabelos humanos. Os ovos, de 3 a 6, vermelho-claros, densamente salpicados de vermelho-escuro, com manchas cinza-claros, eclodem após cerca de duas semanas e os filhotes demoram quase o dobro deste tempo para abandonar o ninho. Os pais se revezam nos cuidados com os filhotes.

Alimenta-se de pequenos insetos (besouros, cigarrinhas, formigas, lagartas, vespinhas, aranhas) e às vezes até filhotes de lagartixa. Captura as presas enfiando o bico em frestas e cavidades, tanto em construções humanas quanto sob a casca de plantas.

Só um comportamento não combina muito com a sua silhueta minúscula: o hábito de destruir ovos de outras espécies, sem comê-los. Ao que tudo indica, trata-se de uma prática de eliminar a concorrência de outras espécies. Há vários relatos deste comportamento para a espécie americana, e para a brasileira há descrições de predação em ovos do Sabiá-do-barranco (Turdus leucomelas).

* Fontes: G1.globo.com, passaro.org e wikiaves.com.br.

* Foto: Ebird.org.

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