A Galinha D’Angola (Numida meleagris), também conhecida por guiné, coca, galinha-do-mato, capote, capota, sakué, pintada, picota, fraca, cakuê, é uma ave da ordem dos Galliformes introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses, que a trouxeram da África Ocidental. Mesmo depois de tanto tempo sendo considerada um animal domesticado, a Galinha D’Angola ainda apresenta traços dos seus hábitos selvagens. Elas voam sempre que se sentem ameaçadas e escondem seus ninhos em locais de difícil acesso quando são criadas soltas na propriedade. São encontrados três tipos, com relação às características físicas: Pedrês, mais comum, é cinza com bolinhas brancas; inteiramente branca e Pampa, resultado do cruzamento das duas anteriores.
Uma das características mais interessantes da Galinha D’Angola é a sua importante participação no controle biológico, auxiliando o equilíbrio ambiental através do consumo de insetos, formigas, carrapatos e outras pragas do meio rural. Há relatos de aumento significativo na quantidade de leite produzido e na qualidade da carne bovina fornecida em propriedades com Galinhas D’Angola. Isso porque elas consomem essas pragas, proporcionando uma pastagem mais limpa para o gado. Assim, essas aves podem influenciar diretamente o desempenho dos bovinos e, consequentemente, o lucro do criador. Vale ressaltar que elas também se alimentam de flores, frutos, gramíneas e sementes.
A criação de Galinha D’Angola pode ser destinada ao comércio da carne ou dos ovos. Saborosa, a carne dessa ave lembra muito à do faisão. Ambas são muito apreciadas na gastronomia, sendo frequentemente requisitadas por restaurantes sofisticados para compor pratos refinados. Os ovos têm o gosto bem parecido com os ovos que estamos acostumados a consumir. Algumas criações não são destinadas nem ao abate nem à venda de ovos, concentrando-se somente na criação ornamental, já que possuem uma beleza singela que encanta.
No sistema extensivo de criação as galinhas vivem soltas pelo campo, normalmente em casais, e reproduzem-se sem a intervenção do criador. No entanto, esse sistema inviabiliza uma produção significativa de ovos e um cuidado mais eficiente com o bem-estar das aves, pois elas gostam de explorar todo o ambiente e se dispersam facilmente. O sistema extensivo também dificulta o acesso aos ovos, já que eles são depositados em lugares de difícil acesso e muitas vezes só são encontrados quando já estão estragados. Desse modo, para obter uma boa margem de lucro, o criador deve optar pelo sistema intensivo de criação, no qual o desempenho das aves pode ser rigidamente controlado.
Galinhas D’Angola são aves de manejo simples e barato. Passíveis de se adaptar a qualquer clima, elas podem ser criadas em qualquer região do país. Essa espécie caracteriza-se pelo hábito diurno e por ter ótima convivência em grupo, podendo dividir o mesmo espaço com outras aves. Fazem muito barulho, portanto, devem ser mantidas distantes dos animais que precisam de um ambiente mais tranquilo para se desenvolver e reproduzir. Elas quase nunca ficam doentes, porém é fundamental que o criador mantenha suas vacinas em dia. Elas devem ser vacinadas anualmente contra Newcastle e Bouba aviária.
Durante a primavera as fêmeas põem os ovos, que são eclodidos 25 dias depois. Normalmente são criadas em uma proporção de quatro ou cinco fêmeas para cada macho, mas recomenda-se que na época de reprodução haja uma redução de quatro ou cinco para apenas três fêmeas. O criador não pode se esquecer de fornecer vitaminas para que elas se fortaleçam e tenham um melhor desempenho para se reproduzir.
Como são muito assustadiças, às vezes abandonam seus filhotes, não voltando mais ao local em que eles se encontram. Quando isso acontece e os filhotes são muito pequenos, todos morrem se não são encontrados a tempo. Por isso é aconselhável chocar os ovos em galinhas, pois elas cuidam melhor dos pintinhos. Para um grande número de ovos, pode ser feita a incubação artificial, isto é, em chocadeiras. A incubação dura de 26 a 28 dias. No caso dos pintinhos serem obtidos em chocadeiras, sua criação deve ser feita em criadeiras, da mesma maneira que os pintos, com calor durante 15 ou 20 dias. É preciso tomar cuidado nos primeiros dias porque os filhotes tem propensão a ficarem espalhados, longe das campânulas. Com 25 a 30 dias já podem ser soltos em liberdade, pois assim comem insetos ou vermes. Sua alimentação é a mesma que a dos pintos e frangos.
* Fonte: Comprerural.com.
* Foto: Kilombocultural.blogspot.com.br.