TEXTO: JORNAL FOLHA DE PATOS (1941)
Quando da reunião de prefeitos e funcionários técnicos na Capital do Estado, em mágno e rumoroso congresso, que fez a sua época nos anais políticos do Estado Novo, era de ver, para nosso maior gáudio, a concentração de simpatias e de entusiasmos em tôrno de nosso município pela sua impar situação econômica e financeira.
Eramos apontados como municipio padrão em face de tais reservas, ao lado do surto de progresso e do destino de futuro que nos preside e regula.
De fato: A nossa produção de feijão, o mais afamado do Brasil, foi de arrebatar os mercados; a fertilidade de nosso solo, é um estribilho sonoro dos hinos patrióticos em Minas Gerais; o serviço de publicidade do Ministério da Agricultura proclama o resultado dos estudos do Prof. Azzi, apontando as nossas terras como mais capazes do que outras que cita, também em Minas, para a produção do trigo precioso; a última colheita feita pelo dr. Moacir Viana batendo o record em quantidade por hectare no mundo ecológico; o temperamento e a fibra de nossa gente audaz, crescendo na agricultura, na pecuária, na indústria e no comércio; a nossa estação transmissora de rádio, incipiente, mas em experimentação que diz dos grandes resultados e da tenacidade de seus criadores resolutos; os educadores não sofrendo desfalecimentos na sua missão apostólica dentro dos educandários primários, normais e ginasiais; a instrução difundida modificando a mentalidade do povo no mundo das letras, sustentando já livrarias e clubs recreativos de excelente instalação; os estabelecimentos de saude se instalando e preparando o saneamento e a higiene. A linha aérea Rio-Belo Horizonte-Patos-Goiânia a se inaugurar com desusada galhardia.
De par com tais empreendimentos, o apoio do povo construindo e aformosando os prédios, assenhoreando-se do nosso espírito que quem nada fizer e se conservar inativo, não possue a fibra necessária ao patense de estirpe, e ao amor de nossa terra.
Ainda de par com tais e preciosos progressos, atuação da Prefeitura, através dêsse espírito prudente e calculado do Prefeito Fonseca Sobrinho, que prolonga e ajardina a Avenida Getúlio Vargas, principal da cidade; abre novas ruas e constroi meios-fios, para os passeios por tôda parte, e cuida de dotar-nos de novas instalações elétricas, nesse momento em que a dificuldade de material tudo encarece, mas que os homens de visão julgam ainda oportuno pela necessidade imprescindível, materialmente, e pelos inúmeros e compensadores benefícios que vão coroar a cidade neste surto crescente, transformando-nos em um oásis surpreendente e maravilhoso em meio as hostilidades naturais do bravio sertão de Minas Gerais.
* Fonte: Texto publicado com o título “Presente e Futuro” na edição de 26 de outubro de 1941 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho.
* Foto: Do livro Patrimônio de Santo Antônio: Do Sítio ao Templo, de Sebastião Cordeiro de Queiroz, publicada em 13/01/2017 com o título “Panorâmica na Década de 1940 Com a Lagoa dos Patos”.