TEXTO: JORNAL FOLHA DE PATOS (1941)
Com a entrada do verão, este doce verão de Agosto e Setembro, de noites meio frias meio quentes, estreladas e amorosas, os pernilongos também gostam de entrar na vida. E voltam aos milhares, dançando e zumbindo, perturbando o sono de inocentes e pecadores, atacando em vôo picado, sugando o sangue e, de vez em vez, espalhando a morte.
O homem que se deliciara com a frescura da noite e com as estrelas de brilho tão vivo, não gosta dos pernilongos que lhe atacam os nervos com o seu cântico agudo e lhe envenenam o sangue com vermes que trazem dos pântanos e do lodo. A ciência resolveu acabar com eles, e estudando, experimentando, os seus sacerdotes venceram-lhes o ânimo ofensivo. Os mestres de higiene, vencedores de grande batalha para a humanidade, ensinaram então certos princípios táticos, por meio dos quais o grande inimigo poderia ser destruído.
A Saúde Pública de Patos, conhecendo-os, necessita aplicá-los.
Uma colaboração com a Prefeitura daria resultados e seria mesmo aconselhável que a edilidade agisse com energia na parte que lhe toca. Quanto quintal sujo com torneiras a escorrer dias a dias, formando poços de lama, onde o sol nem sempre bate os seus raios violetas, existe por aí, pedindo uma inspeção? Quanta touceira de bananeira, ou mangueira frondosa não são viveiros de mosquitos? E quanta fossa mal arranjada, e quanto a dona de casa preguiçosa que não se importa com certos princípios rudimentares de limpeza? Aí é que se formam as moradas dos intoleráveis pernilongos. Uma ação enérgica da Saúde Pública se torna cada dia mais e mais necessária para tranqüilidade do sono do patense e segurança de sua saúde. Se algum retrógrado gritar com certas medidas dos médicos da higiene pública, o resto da população os apoiará.
* Fonte: Texto publicado na edição de 24 de agosto de 1941 do jornal Folha de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Tsuhaisu.wordpress.com.