Alfredo Borges nasceu em Formiga em 06 de dezembro de 1878. Ainda criança veio para Patos de Minas. Depois de estudar no seminário de Diamantina voltou a Patos e se dedicou ao jornalismo. Em 15 de novembro de 1910 lançou o jornal O Commercio, o segundo a ser editado na cidade depois de O Trabalho. Com algumas paralisações, circulou até 1918. Além de jornalista, foi poeta, vereador, proprietário da Papelaria São José e ainda teve uma ocupação profissional em Patos de Minas desconhecida pelos historiadores: agente da Mutualidade Vitalicia dos Estados Unidos do Brazil, uma associação cuja finalidade é constituir, diretamente em favor de seus associados contribuintes e indiretamente em favor de terceiros, uma pensão vitalícia, pessoal e intransferível. Mas há uma particularidade muito interessante. O Decreto Federal n.º 10.410, de 27 de agosto de 1913, assim determina: Concede autorização para funccionar na Republica a Mutualidade Vitalicia dos Estados Unidos do Brazil, e aprovada os seus estatutos. O interessante na questão é que o anúncio abaixo foi publicado no jornal de Alfredo Borges em sua edição de 02 de março, seis meses antes da oficialização do negócio.Pode-se imaginar o seguinte: Enquanto o negócio estava nos bastidores só esperando a aprovação do Governo Federal, os dirigentes não perderam tempo e já vendiam o produto. Como o Alfredo Borges se tornou agente não se sabe, só se sabe que ele também não perdeu tempo para vender seu peixe utilizando as páginas de seu jornal, sendo o negócio oficial ou não. A propósito, Alfredo Borges faleceu no dia 17 de dezembro de 1940, aos 62 anos.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Foto: Anúncio publicado na edição de 02 de março de 1913 do jornal O Commercio, do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.