A Jandaia Verdadeira (Aratinga jandaya) é um psitacídeo (do mesmo grupo dos papagaios) comum no Nordeste do Brasil, desde o norte de Goiás passando pelo Piauí até o Maranhão, Ceará, Pernambuco e Alagoas. Atingindo até 30 cm de comprimento, sua plumagem em geral é verde, a cabeça e a garganta amarelas, ficando laranja na parte superior do peito; a testa e frequentemente também a área ao redor dos olhos são vermelhas; o abdômen, os flancos e debaixo das asas são vermelhos alaranjados; as extremidades das penas das costas são vermelhas; as partes externas das penas primárias e secundárias são azuis; a parte de cima do rabo é verde azeitona com as pontas azuis; o lado inferior do rabo é enegrecido; o círculo ao redor dos olhos é branco; a íris é marrom acinzentada; o bico é preto e os pés cinzas.
Seus habitats favoritos são a vegetação de caatinga, savanas com árvores, clareiras e extremidades de florestas tropicais. Frequentam bastante as plantações de coco. Normalmente são observados isoladamente, em pares ou grupos pequenos de 10 a 15 pássaros. Não são tímidos, podendo ser distinguido por causa de seu guincho estridente, especialmente quando em voo. Este é rápido e direto, frequentemente perto do chão com mudanças súbitas de direção.
Embora o verde seja a cor predominante, suas marcações amarelas, laranjas e vermelhas formam um contraste que a torna uma ave muito bonita. Embora vivam em bandos, são monogâmicas. Muito vivas, resistentes, bastante barulhentas, particularmente no começo da manhã e no fim da tarde, não são muito exigentes em relação a banho. Rapidamente se acostumam com novos tratadores. Por serem muito destruidoras, proveja regularmente galhos verdes. São animais que se adaptam muito bem ao convívio com seres humanos. Em cativeiro temos que ter o cuidado, e isto se aplicam a todas as espécies de psitacídeos, para que eles sejam os mais felizes possíveis. Uma ave que está muito tempo sozinha e fechada em casa, que está perto de ruídos estranhos ou em condições (gaiola, alimentação e distrações) pobres, não é uma ave feliz. Papagaios são aves muito sociáveis que precisam da companhia de outras aves ou de pessoas. Sem atenção e boas condições tornam-se tristes e podem entrar em stress, chegando mesmo a arrancar as próprias penas e até as próprias unhas, casos que depois são muito difíceis de corrigir.
A condição mais importante para quem compra, seja uma ave de companhia ou para criação, é saber sua história. Deve-se sempre comprar aves criadas em cativeiro, contribuindo assim para a não extinção da mesma na natureza, além de também facilitar a nossa relação com elas. Quando criadas em criatórios, estão acostumadas à presença de seres humanos e dificilmente sofrem stress ou contraem doenças, estando aclimatadas às condições de cativeiro.
Quando se tem um casal não é muito difícil que se consigam filhotes. Se quiser fazer uma criação, leva-se em conta que um casal reprodutor não é só um macho e uma fêmea, e sim um macho e uma fêmea compatíveis. Como nos humanos, por vezes um não gosta do outro. Se tiver a certeza que é um macho e uma fêmea, que são adultos (mais de 3 anos) e que não reproduzem, algo está errado, pode ser que não sejam um par compatível. Procure encontrar o possível problema e, se chegar à conclusão da incompatibilidade, troque uma das aves. O sexo só pode ser distinguido pelo exame de DNA.
A dieta básica se baseia em sementes como alpiste, girassol, aveia em pequenas quantidades, milho e outros, porém é importante para uma alimentação balanceada que também comam verduras, legumes e frutas como maçã, uva, figo, pêssego. A maçã em especial é de suma importância para a lubrificação do trato intestinal. Também gostam muito de milho verde e amendoim. Suplementos minerais são indicados.
O período de reprodução vai de agosto a janeiro, sendo setembro o mês principal. Deve ser mantido apenas um casal por viveiro, embora possam ser criados em colônia. Frequentemente ficam agressivos com os tratadores durante a criação. Alguns casais totalmente inexperientes poderão matar o seu primeiro filhote logo após a eclosão, ou não saberem alimentá-lo. Dê-lhes uma segunda chance, pois precisam de uma oportunidade para aprender. Só a fêmea choca, deixa o ninho apenas para se alimentar ou ser alimentada pelo macho em breves períodos na manhã e ao entardecer. Importante variar bastante a alimentação para que os filhotes tenham um bom crescimento. O amadurecimento sexual é alcançado aos 2 anos. Acredita-se que possa viver em cativeiro, com os devidos cuidados, entre 20 e 30 anos e que consiga reproduzir até os 15 anos ou mais. A postura, até três por ano, é de 03 a 05 ovos, com tempo de incubação de mais ou menos 23 dias; ocasionalmente podem estar infecundos ou os filhotes morrerem dentro do ovo. Este tem um tamanho médio de 28,4 x 22,6 mm.
Na natureza fazem seus ninhos em buracos nas árvores (buracos de pica-pau), montículos de térmita e excepcionalmente em fendas de precipícios. Aceitam muitos tipos de ninhos e em várias posições em cativeiro, mas coloque-o em um canto escuro, pois é de suma importância. Troncos de árvores ocas, caixas de madeira são os mais utilizados. De um modo geral usam-se ninhos verticais. Se o fundo do ninho ficar muito úmido é quase certo os pais começarem a arrancar penas dos filhotes, devendo-se, portanto mantê-lo bem seco. Pode-se forrá-lo com serragem ou areia, sendo a areia mais fácil de trabalhar. O abandono do ninho pelos pais é menos comum quando já existem crias, mas se a fêmea não está acostumada à inspeção do ninho, pode entrar em pânico e bicar os filhotes.
Os filhotes são semelhantes aos adultos, mas a cabeça é amarela clara com penas verdes espalhadas e com a íris escura. Se ficar muito frio não terá força para levantar a cabeça e consequentemente não conseguirá se alimentar e mesmo que a mãe tente aquecê-lo ele morrerá. Logo, é interessante que em lugares de clima frio se use serragem como forro para o ninho enquanto que para lugares de clima quente use-se areia. Saem do ninho após 09 a 10 semanas e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais. Para que fique manso, é preciso retirá-lo do ninho com 15 a 20 dias e tratá-lo na mão. Se destinados à reprodução é interessante que sejam apresentados a outros jovens da mesma espécie, pois se forem isolados por muito tempo do contato com sua própria espécie, podem simplesmente não reconhecê-los como par. O pássaro criado em cativeiro, de preferência manso, reproduz mais rápido do que o selvagem.
Não existe um tamanho padrão de viveiro, mas para que voem bem e possam gastar suas energias o mínimo é de 1×1, 2x2m, porém podem também ser criados em gaiolas. Os poleiros devem ser grossos para desgaste. Importante saber que os viveiros deverão ter tela galvanizada e fios arredondados para evitar que destruam as penas e 40 a 50% de área coberta, para proteger os ninhos e as aves, do frio, do sol e da chuva. Além disso, os viveiros devem estar em locais onde estejam protegidos de ventos frios por paredes, cercas vivas, quebra ventos e de forma a receber o sol da manhã.
* Fonte: Avedomestica.com (Clube Ornitológico dos Criadores de Ave Doméstica).
* Foto: Animal-planet-brasil.blogspot.com