O Tuim é uma pequena ave psitacídea da espécie Forpus, a menor da família dos papagaios e periquitos no Brasil. Com o nome científico de Forpus xanthopterygius, ocorre no nordeste, leste e sul do Brasil até o Paraguai e Bolívia, também no alto Amazonas até o Peru e a Colômbia. Também é conhecido pelos nomes Cuiúba, Chuim, Periquitinho, Pacu ou Papacum (Ceará), Periquitinho-de-são-josé (norte da Bahia,) Papacu ou simplesmente Tuí. Ele emite um chiado agradável, com um som semelhante a ‘tuim, tuim, tuim”, daí a razão do nome.
Com o corpo todo verde, um pouco mais escuro nas costas, mede 12 centímetros e pesa em media 26 gramas. O bico é pequeno e cinza claro. Possui dimorfismo sexual, uma característica rara nas espécies brasileiras da família. O macho é verde-amarelado, com uma grande área azul na superfície inferior da asa e no baixo dorso; algumas penas na dobra da asa, ombros, parte inferior das costas, e coberteiras caudais são de cor azul-violeta. Testa, coroa e lados da cabeça mais esverdeados; parte inferior da cauda verde. A fêmea é totalmente verde, sendo amarelada na cabeça e nos flancos. A cauda curta forma a silhueta característica e diferencia o tuim do periquito. Mas já sofreram algumas mutações de cor, resultando em exemplares totalmente azuis, lutinos (amarelos), canela (amarelo-acanelado), arlequim (mescla de verde e amarelo) e tons de pastel (diluição das outras cores).
Vivem em bandos de até 20 indivíduos e sempre que pousam, se agrupam em casais. Habitam as bordas das matas ribeirinhas, matas secas e cerradões. Muito ativos, deslocam-se por grandes áreas, sempre com gritos de contato. Os chamados são agudos, em tons mais baixos do que os do periquito, além de serem mais curtos. Qualquer novidade na área de alimentação, ninho ou dormida é logo saudada pelos gritos de alarme e contato do grupo. Pousados, ficam camuflados pelas folhas. O casal tem um hábito que demonstra extremo carinho: o de ficar um roçando as penas do outro. Tem um comportamento social onde indivíduos de determinada espécie executam a limpeza em outro indivíduo pertencente ao seu grupo social. Os motivos mais aceitos para este comportamento são remoção de ectoparasitos, posicionamento hierárquico e reestabelecimento do bom convívio. Adoram banhos de chuva, demonstrando alegria, cantando e arrepiando as penas.
Procuram seu alimento tanto em arbustos como nas copas das árvores mais altas. São atraídos por árvores frutíferas como mangueiras, jabuticabeiras, goiabeiras, laranjeiras e mamoeiros. Apreciam os cocos de muitas palmeiras e os frutos da embaúba. Subindo na ramaria utilizam o bico como um terceiro pé, usado as patas para segurar a comida para levar ao bico. Gostam mais das sementes do que da polpa da fruta. Gostam também de mastigar gramíneas, como as sementes de Braquiárias. Na Mata Atlântica, é frequente presenciarmos estas aves em bandos se alimentando dos frutos da Castanha do Maranhão (Pachira aquatica). Em cativeiro, a alimentação é baseada em sementes (alpiste, painço, girassol) e rações próprias para psitacídeos.
Nidifica em ocos de árvores, ninhos artificiais e cupins. Costuma usar ninhos vazios de João-de-barro e de Pica-paus pequenos. As posturas podem ir de 3 a 8 ovos e são incubados pela fêmea, apesar de o macho também ficar longos períodos dentro do ninho. No habitat natural o período de incubação é em média de 17 dias. As crias têm um desenvolvimento muito rápido e são alimentados pelo macho e pela fêmea em intervalos relativamente regulares. Com 20 dias estão cobertos de penas e deixam o ninho pela quarta ou quinta semana de vida já com a plumagem do sexo correspondente. A gaiola adequada para a criação em cativeiro deve medir 40x40x40 cm e ser feita de metal, pois em gaiolas de madeira o Tuim poderá roer as grades e fugir. O modo de criação é o mesmo de todos os de sua família. É um exemplo de convivência harmoniosa. São pássaros dóceis, limpos e de um bonito colorido.
* Fontes: Petfriends.com.br e Wikiaves.com.br.
* Foto: Montanhascapixabas.com.br.