CURIÓ

Postado por e arquivado em ANIMAIS DE COMPANHIA, PÁSSAROS.

Existem versões sobre a origem do Curió (Oryzoborus angolensis). Uma delas é que vieram alguns exemplares nos navios que traziam escravos de Angola e Gabão, pois eles gostavam muito deste pássaro, e ao chegar ao Brasil, houve uma perfeita adaptação ao nosso clima e vegetação, difundindo a espécie por todo o país. A versão mais afirmada é de ser um pássaro nativo brasileiro, pois em 1944 o ornitólogo Olivério Pinto o classificou como sendo um pássaro brasileiro de origem do Estado da Bahia. Já foram encontrados por pesquisadores no México, Equador, Bolívia, Paraguai e Argentina. Atualmente, devido à caça predatória, desmatamento descontrolado, grandes áreas de cultivos, urbanização de áreas, praticamente deixou de existir na maioria das regiões outrora habitadas. Felizmente, graças à dedicação de tantos amantes desta ave, é que passa longe de qualquer hipótese de extinção, pois cresce a cada dia os aficionados e pessoas interessadas em montar criatórios. A alimentação nativa do Curió, que na linguagem indígena significa Amigo do Homem, é o capim navalha (tiririca). Em regiões de lavoura de arroz é constante sua presença, pois se tornou um grande apreciador desse grão. Em cativeiro, farinhada, milharias, tenébrios, almeirão.

Quando filhote é marrom, quando adulto o macho fica com as penas do peito e da barriga na cor de vinho, e as penas das asas, do rabo, das costas, da cabeça e do pescoço, na cor preta, tendo nas asas uma pequena faixa branca medindo aproximadamente meio centímetro de comprimento por 2 milímetros de largura. A fêmea é toda na cor marrom. Mede geralmente 14 cm. Na natureza pode viver de 8 a 10 anos, em cativeiro pode chegar a viver de 20 a 30 anos. Já foram encontrados mais de 128 cantos diferentes no Brasil, sendo os mais populares e conhecidos pelos passarinheiros o canto Praia Grande, o canto Paracambi, o canto Uberaba, o canto Vi te teu, e o canto Mateiro “que é o canto natural do pássaro”. O canto do Curió é comparado ao som do violino.

O Curió é um excelente cantor, além de ser um imitador nato, por isso, não se deve criá-lo com outras espécies de pássaros, pois certamente ele aprenderá o canto delas, perdendo assim a pureza de suas notas musicais características. O melhor tempo para o Curió aprender a cantar é quando filhote, de 40 a 90 dias, podem começar a churriar e querer dar suas primeiras cantadas. O Ideal é colocar o pássaro para escutar o canto de outro Curió já cantador. Hoje em dia são utilizados fitas e CD’s com o canto. É possível também fazê-lo aprender depois de velho se ele for cabeça mole (nome dado pelos criadores a um curió que ao escutar um canto diferente do seu, aprende a cantar).

As gaiolas utilizadas podem ser de madeira ou aço, porém as de madeira são mais indicadas. Os tamanhos podem variar, porém devem ter no mínimo 45 cm de comprimento por 50 cm de altura por 25 cm de largura. Geralmente lojas especializadas já têm esse tamanho padronizado com números. Deve ser no mínimo numero 4, quanto maior melhor. Os tamanhos mais utilizados são 5 e 6. Para criação, deve ter no mínimo 80 cm comprimento, 40 cm de altura e 30 cm de largura. O ninho deve ser feito de bucha natural de preferência ou com juta (uma fibra igual a encontrada em sacos de café), com 7 a 8 centímetros. Um enfeite plástico de uma planta deve ser fixado ao lado do ninho para dar mais sensação de segurança para a fêmea.

A fêmea deve estar sozinha na gaiola de criação e o macho em outra gaiola não necessariamente de criação. Passar com a gaiola do macho na frente da gaiola da fêmea, se a fêmea pedir gala o macho deve ser solto na gaiola criadeira junto com a fêmea. A partir daí o macho e a fêmea irão acasalar. Observe o momento da gala que pode demorar apenas alguns segundos e após a gala retire o macho. A fêmea pode vir a bater no macho após a gala. Por esse motivo, criadores profissionais utilizam gaiolas especiais para acasalar, como a gaiola galadeira. Essa gaiola fica acoplada na gaiola criadeira da fêmea e assim quando acopladas, uma pequena abertura na gaiola do macho e da fêmea permite ao macho no momento que a fêmea pedir gala ele vá sozinho para a gaiola da fêmea e ao terminar a gala ele volta sozinho para a sua gaiola. Ela bota em média de 1 a 3 ovos por postura, porém normalmente botam 2 ovos. A incubação dura de 12 a 15 dias. Após, as fêmeas vão começar a alimentar os filhotes. Observe este período e jamais toque nas pequenas nos filhotes, ou a fêmea os rejeitará e eles não serão alimentados, morrendo logo depois. Cerca de três meses após o nascimento os filhotes estão mais fortes e já podem ser vendidos.

* Fonte: Clubedocriador.com.

* Fotos: Ocoleiro.com e Curioecia.com.br.

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