Ave típica do Cerrado, a Seriema (Cariama cristata), também conhecida como Siriema e Sariema, tem porte imponente, 82 a 92 cm de comprimento, que vai da ponta do bico até a cauda, pesando de 25 a 30 kg. A plumagem é cinza-amarelada, com finas riscas escuras; abdome um pouco mais claro, bico e pernas vermelhos; crista formada por um tufo de penas longas, com cerca de 12 cm. É uma das poucas aves que possuem pestanas. Distribui-se pela América do Sul, leste da Bolívia ao Norte da Argentina, incluindo Paraguai, Uruguai e todo o Brasil Central (Minas Gerais e Goiás) e Oriental (Piauí a Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul).
O macho é mais acinzentado que a fêmea, e esta mais amarelada. Na época da reprodução os machos lutam violentamente para disputar as fêmeas. A postura ocorre entre fevereiro e março, com 2 a 4 ovos branco-rosados. O macho colabora com a fêmea na choca dos ovos, que vai de 26 a 29 dias. Os filhotes nascem cobertos de penugem de cor parda que com o tempo vai escurecendo o dorso, abandonando o ninho com 12 dias de idade e já começam a emitir um som estridente para chamar a atenção dos pais. Os ninhos são construídos em cima de árvores de médio porte, de 1 a 5 metros de altura. Eles são rústicos e construídos de materiais grosseiros, como gravetos, barro, folhas e estrume de gado, que é depositado no fundo do ninho, formando uma “tigela” que garante revestimento e conforto térmico durante a incubação.
Andam em casais ou em associação em pequenos bandos de 2 a 5 indivíduos. Costuma voar somente em perigo mesmo assim os voos são curtos e baixos. A marcha é rápida e corre muito bem, podendo percorrer distâncias que variam entre 40 a 70 km por hora. De hábitos diurnos, alimenta-se de insetos (adora gafanhotos), cobras, lagartos, roedores e pequenos mamíferos. Não aprecia animais mortos. À noite, escolhe árvores altas para dormir. A sua principal característica é o canto longo e estridente que pode ser ouvido a um quilômetro de distância, sendo, sem dúvida, a vocalização mais importante e conhecida no Cerrado. Possui a fama de avisar quando vai chover. Dizem no campo que quando a seriema canta é chuva na certa.
Se for apanhada bem pequena transforma-se facilmente num animal de companhia. Os fazendeiros costumavam criá-la solta nos arredores da casa e até em galinheiros, pois ela come cobras e dá um sinal de aviso à chegada de qualquer intruso. Hoje a Seriema é protegida pelo IBAMA e é proibida sua criação em cativeiro.
* Fontes: G1.globo.com e saudeanimal.com.br .
* Foto: Wikiaves.com.br.