A gente que é da imprensa, ainda na inexperiência da profissão, não sabe aproveitar certas notícias-manchetes. Uma delas, foi a complicação da Fenamilho que, não fora o dinamismo e o ardor do Prefeito Dr. Dácio Pereira da Fonseca, não teria acontecido neste ano. No início parecia que não iríamos ter a festa, mas depois, quando o sr. Prefeito fincou os pés nos estribos, a coisa mudou de aspecto. Era pra festa sair de qualquer jeito ou melhor, do melhor jeito possível. Se talvez ela não agradou plenamente, devemos levar em conta, que a Comissão Central foi tomada de surpresa e sem o tempo necessário para uma programação mais arrojada. O essencial é que ela saiu. Basta agora corrigir-se isto e mais aquilo, sem esquecer-se este outro e aquele-outro também, que a coisa vai.
E vai mesmo, porque o comércio e o povo patense são bons demais. Afinal é uma massa boa demais para se mexer com ela.
O nosso comércio é ótimo. Não obstante o fator sacrifício que pesa sobre ele, ele está aí, sempre firme e de fibra patureba: enverga, mas não quebra. O povo (se é patense), é bom demais. Coopera, mesmo.
E afinal, então, onde está a má nota? – No Sindicato Rural de Patos de Minas.
Olha. Ninguém vai lá no Parque para ver Zebú ou Nelore. Este pormenor é o de menos importância. Mas, afinal, vamos respeitá-lo. E porque não houve a célebre exposição de gado? É uma mentira, que não está no gibi, jogar sobre o Banco do Brasil esta responsabilidade de não querer financiar as vendas de gado. Isto foi o cúmulo do absurdo. Calúnia sobre a maior potência financeira de Patos de Minas. E a mentira se desmascara, quando se vê as cidades vizinhas apoiadas pelo Banco do Brasil sustentando suas Exposições de gado.
Poder-se-ia desculpar-se de todo o jeito. Mas, mentira não. Esses mentirosos, não deviam mais nunca se meter em promoções na cidade.
E eles viram a realização da festa. Se ela não saiu melhor, foi por causa do tempo exíguo de que dispunha a Comissão Central, improvisada aí, na última hora (mas que está de parabéns). Outro fator, também, que veio prejudicar a nossa festa, foi a geral falta de dinheiro, que não permitiu ao povo uma participação mais ativa e eficiente na mesma. Houvesse mais dinheiro nos bolsos e vocês viriam o patense comprando até bilhete da rifa dos antigos e presunçosos promotores da Fenamilho. Essa rifa, não obstante, deverá ser feita a todo o custo. Vendido um bilhete, corra-se logo a bicha, para não se perder tempo.
Parabéns, Comissão Central! Parabéns, sr. Prefeito!
* Fonte: Texto publicado com o título “Má Nota” na edição de julho de 1977 do Boletim Informativo, do arquivo do Laboratório de História do Unipam.
* Foto: Arquivo Fundação Casa da Cultura do Milho.