Inconcebível o atraso que temos em muitos dos acontecimentos da Festa do Milho. É impressionante, meu. E o que dói, e nos leva a ficar irritados até, é que tudo já está prontinho, a casa cheia, quem tem de estar já chegou, e não dão o pontapé. Exemplos são fáceis: os shows no parque, a divulgação do resultado da eleição da rainha, as provas de hipismo, etc., etc…
Mas, eu tenho a impressão, que muita coisa estará mudada para 96. É que as pessoas que mandam nas solenidades, ou as coordenam, deram o grito. Também ficam irritadas, a ponto de fazerem o que raramente fazem: criticar. O desfile estudantil e militar do dia 24 foi o melhor exemplo. Praticamente não atrasou para começar, mas para ser cumprido foi uma ofensa ao público que, pouco e pouco foi esvaziando a majestosa.
Foram quatro horas de desfile. Muita coisa bonita a ser mostrada – mas muita mesmo –, bons motivos, criatividade, duas fanfarras de Patos de Minas bem trajadas, carros alegóricos do Sr. Vicente e do Osmildo chamativos, comunidades rurais dando recado de novo, fanfarras de outras cidades dando algumas aulas para as nossas. Mas acabou atrasando tudo. Pelo muito que já vi esse desfile, penso serem evoluções em frente ao palanque oficial das coisas que mais contribuem para a demora.
Este ano, também aquela de academias de dança desfilarem foi um atraso. Bonitas, mas em local indevido. Tem de ser no palco, nunca numa avenida. Outra coisa: fanfarras nossas deram provas de que podem voltar aos grandes dias. Com mais instrumentos, mais entusiasmo. E ao que sei, a própria municipalidade está aberta para continuar incentivando as escolas nesse particular. Isso é bom.
Enfim, é a Festa do Milho. Com seu maravilhoso show do Baiano lá no Paiolão; o show do Dalla; Restaurante Fenamilho com Clênio e sua turma; 800 mulheres do campo visitando o Parque; movimento da quinta-feira (dia 25) mostrando que a festa na cidade ainda é uma realidade; beleza de show pirotécnico na capital nacional do foguete; 2166.ª exibição da esquadrilha da fumaça (que já chamou mais a atenção); baile do cowboy no Social, que deve sair do período da Festa do Milho; Lira Mariana Patense, que “queimou” com o som do palanque no último dia de desfile; três cowgirls… etc. e etc. É só! Rezem por mim!
* Fonte: Texto de Edson Geraldo publicado na edição de junho de 1995 da revista Phatos, do arquivo do Laboratório de História do Unipam.
* Foto: Cartaz da Fenamilho de 1995, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho.