LÓRIS

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LORIS 1Natural do Sudeste Asiático e Oceania, principalmente norte da Austrália, o Lóris é um pássaro psitacídeo de cores exuberantes (considerado uma das aves mais coloridas do mundo juntamente com o faisão), parente das araras, maritacas e jandaias. O que o difere dos demais é a língua comprida e com ponta rugosa para, na natureza, se alimentar de pólen e néctar de flores. Por isso, em seus locais de origem, é comumente encontrado em árvores e arbustos que dão flor. Como os psitacídeos em geral, vive em pares, em grupos de família pequenos ou em bandos muito grandes fora da estação de reprodução. São bastante barulhentos quando o bando está empoleirado numa árvore, e mais ainda em voo. Na falta de alimentos disponíveis para todos, costumam visitar ilhas distantes, ocasião em que podem ser observados em mar aberto.

O Lóris é por natureza pacato e torna-se facilmente um excelente animal de companhia. É destaque nos concorridos mercados da Europa e dos Estados Unidos. Ainda pouco difundido no Brasil (onde um exemplar custa acima de R$ 2.000,00), o cuidado simples e a procriação fácil tendem a atrair cada vez mais criadores e potenciais compradores. O clima brasileiro e a disponibilidade de alimentos também são fatores que favorecem a criação. Pouco exigente em relação à temperatura, se dá bem até na Região Sul, mas é mais produtivo em regiões quentes como as de sua origem.

A mansidão natural do Lóris pode ser intensificada quando alimentado na mão desde filhote, dos 20 dias aos dois meses de idade. Confiante, chega a subir nas costas e nos ombros do criador. Assim como o papagaio, pode repetir algumas palavras, porém, com pronúncia menos clara e som mais agudo. A habilidade só é desenvolvida se for criado isolado de outros pássaros e muito bem treinado. Características marcantes no Lóris são energia e curiosidade. Ele pula, rola, vai de um lado a outro do viveiro, anda pelas grades, faz acrobacias, não para um instante. E ainda adora assoviar. Para o proprietário, vê-lo brincar é um verdadeiro deleite.

Para quem deseja ter um Lóris como animal de companhia é fundamental verificar a origem da ave antes de comprá-la, pois sendo uma espécie exótica, só pode ser comercializado com autorização do IBAMA. Na nota fiscal da loja devem constar dados do vendedor e comprador, variedade da ave, marcação da anilha e número do registro no órgão. As variedades são muitas e de cores bem diversificadas. No Brasil, há seguramente mais de uma dúzia de variações, como Lóris Arco-Íris (presente nas 2 fotos), Bornéu, Goldie, Estriado de Azul, Estriado de Amarelo, Castanho e Negro.

Como o Lóris não gosta muito de viver sozinho, é sempre conveniente ter um casal. Sua casa pode ser uma gaiola ou um viveiro, desde que sejam de dimensões maiores que 1,20 x 0,60 x 0,60 para que possam ter facilidade nos deslocamentos de um lado ao outro. Como acessórios os tradicionais poleiros, comedouro, bebedouro, um recipiente para banhos (ele adora, mas deixe apenas uma parte do dia para não haver exagero e possibilitar o aparecimento de doenças respiratórias) e um ninho com furos para escoar as fezes líquidas dos filhotes e evitar que eles sofram hipotermia com o acúmulo do material. Por ser muito irrequieto, recomenda-se disponibilizar brinquedos especiais, como sinos, balanços, correntes e cordas, para as brincadeiras do dia a dia. A gaiola ou viveiro deve ser instalado em local protegido de vento, chuva, umidade e receba o sol de manhã. Devido à textura aquosa do que come e à maneira peculiar de expelir seus dejetos, com espirros que alcançam 30 centímetros de distância, há de se ter atenção especial à higiene do ambiente. É fundamental trocar a água, limpar os poleiros, o comedouro e a gaiola diariamente.

LORIS 2Os principais alimentos do Lóris na natureza são frutas, pólen e néctar das flores, mas quando estes faltam comem insetos e suas larvas. Em criatórios domésticos, entretanto, a ave deve comer papa de frutas. Há disponíveis em lojas especializadas diversas marcas de papinhas em pó, que só precisam ser misturadas com água. Troque a alimentação duas vezes por dia para evitar que azede, sobretudo nos dias mais quentes. Devem ainda comer verduras várias vezes por semana, bem como leguminosas demolhadas ou cozidas e pão integral. Vegetais crus, como cenoura e abóbora são muito apreciados, principalmente pelos jovens que gostam de “lutar” com uma cenoura inteira antes de comê-la. Nunca forneça girassol, pois podem causar transtornos de saúde.

O Lóris é muito prolífero na reprodução e não costuma surgir maiores complicações. As fêmeas estão aptas a partir dos dois anos de idade (botando geralmente 2 ovos, tendo até 4 posturas por ano) e os machos de três. A incubação é completada entre 23 e 26 dias. Alguns casais inexperientes poderão matar o seu primeiro filhote logo após a eclosão, ou não saberem alimentá-lo. Dê-lhes uma segunda chance, pois precisam de uma oportunidade para aprender. Durante o dia a fêmea fica no ninho e a noite ambos. O abandono do ninho pelos pais é menos comum quando já existem crias, mas se a fêmea não está acostumada à inspeção do ninho, pode entrar em pânico e bicar os filhotes. Podem ser agressivos com outras espécies, principalmente quando estão com filhotes no ninho. Acredita-se que possa viver em cativeiro com os devidos cuidados entre 40 e 50 anos e que consiga reproduzir até os 25 anos ou mais.

Os filhotes saem do ninho após 7 a 8 semanas e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais. Mesmo depois de deixarem o ninho, os filhotes costumam usá-lo para dormir. Não deve faltar jiló, pois faz parte da alimentação básica dos filhotes. Para que fique manso, é preciso retirá-lo do ninho com 15 a 20 dias e tratá-lo na mão. Se destinados à reprodução é interessante que sejam apresentados a outros jovens da mesma espécie, pois se forem isolados por muito tempo do contato com sua própria espécie, podem simplesmente não reconhecê-los como par. O pássaro criado em cativeiro, de preferência manso, reproduz mais rápido do que o selvagem.

* Fontes: Nacaodospassaros.com; Revistagloborural.globo.com.

* Foto 1: Fazendavisconde.com.

* Foto 2: Avespassaros.com.

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