PAPA-CAPIM (COLEIRO/COLEIRINHO)

Postado por e arquivado em ANIMAIS DE COMPANHIA, PÁSSAROS.

O Papa Capim é uma ave passeriforme e canora da família Thraupidae, cujo nome científico é Sporophila caerulescens (do grego sporos, semente; e philos, que gosta, amigo; e do latim caerulescens, azulado: ave azulada que gosta de sementes). Também conhecido como Coleiro, Coleirinha, Papa-Capim-de-Coleira, Papa-Arroz, Gola de Cruz (Bahia) ou Coleiro-Tuí-Tuí.  Mede 12 cm. O macho, com seu inconfundível colar branco e negro recebeu essa denominação. Além do colar, ao lado da garganta negra um bigode branco define a área sob o bico amarelado ou levemente cinza-esverdeado. Existem machos com peito branco e outros com peito amarelo (ambos pertencem à forma nominal, sendo a forma de peito amarelo apenas uma variação). A fêmea é toda parda, mais escura nas costas. Sob luz excepcional, é possível ver que ela também possui o esboço do desenho da garganta do macho. Os machos juvenis saem do ninho com a plumagem idêntica à da fêmea. As fêmeas não são canoras. Podem viver em média de 10 a 12 anos.

Possui três subespécies:

Sporophila caerulescens caerulescens (Vieillot, 1823) – A forma descrita acima. Ocorre da Bolívia até o Paraguai, Uruguai e Argentina; Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil.
Sporophila caerulescens hellmayri (Wolters 1939) – Muito parecido com a forma nominal, só que é, do píleo à nuca, incluindo os lados da cabeça, totalmente de um negro brilhante. Na forma nominal, o negro não se estende até a nuca ou nos lados da cabeça, transformando-se, gradualmente, em cinza. Ao contrário do que muitos pensam, a forma que tem a barriga amarela não é esta subespécie, mas, sim, apenas uma variação da forma original. Ocorre no sul da Bahia e Espírito Santo.
Sporophila caerulescens yungae (Gyldenstolpe, 1941) – Muito parecido com a forma nominal, só que tem menos negro na cabeça, que é, quase toda, cinza. Ocorre no norte da Bolívia, na região de La Paz, Cochabamba e Beni.

Congrega-se nos capinzais soltando grãos e usa o bico forte para quebrar as sementes. O nome Papa-Arroz vem do hábito de também usar plantações de arroz como fonte de alimentação. Além do arroz, adaptou-se às várias gramíneas trazidas da África e acompanhou a expansão da pecuária nas áreas anteriormente florestadas. Aprecia os frutos do Tapiá ou Tanheiro (Alchornea glandulosa). Costuma frequentar comedouros com sementes e quirera de milho. Em cativeiro, uma boa mistura de sementes será o ideal. Esta mistura deve conter basicamente alpiste e painço. Também gostam de verduras e legumes, como almeirão, chicória, espinafre, couve e jiló.

No período reprodutivo (outubro a fevereiro), o casal afasta-se do grupo e estabelece seu território. No início, o ninho é construído pelo macho e todas as demais tarefas correspondem à fêmea, ficando o macho com a atribuição de cantar para afastar outros Coleiros da área. Apesar de viver nas áreas abertas, procura árvores da borda das matas nos horários quentes do dia e nidifica em árvores e arbustos do contato mata/campo aberto. O ninho, feito à base de gramíneas, raízes e outras fibras vegetais, é construído em forma de tigela rasa sobre arbustos a poucos metros do solo. A fêmea põe geralmente 2 ovos, que são incubados por cerca de duas semanas ou menos. Cada fêmea choca 3 ou 4 vezes por ano. Os filhotes abandonam o ninho após 13 dias de vida e, com 35 dias, já estão aptos a comerem sozinhos, atingindo a maturidade sexual logo no primeiro ano de vida. Em cativeiro, deve-se colocar o casal em uma gaiola criadeira, separados por uma divisória, e, principalmente pela manhã, colocar palha seca na gaiola da fêmea e deixar o macho cantar para ela, sem contudo tirar a divisória entre as gaiolas. Quando a fêmea der sinais que está pronta para o acasalamento, deve-se retirar a divisória e observar se eles vão cruzar ou se acontecerão brigas. Caso tenha uma briga, separar o casal e voltar a fazer o processo.

Fora do período reprodutivo, é uma ave de comportamento gregário, vivendo em grupos de 6 a 20 indivíduos, inclusive às vezes formando grupos mistos com outras espécies de Papa-Capins e Tizius. O peso e tamanho reduzidos permitem a esta ave alcançar as sementes de gramíneas trepando pela haste das plantas. Assim como outras aves, o Coleirinho foi beneficiado pela introdução de algumas gramíneas africanas, especialmente da braquiária, que parece ser a base de sua alimentação em áreas alteradas pelo homem. As populações mais meridionais são migratórias e deslocam-se para latitudes mais baixas nos meses mais frios.

* Fontes: Acpfmoc.com.br e Aope.org.br.

* Foto: Produto.mercadolivre.com.br.

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