A Chinchila-de-cauda-curta (Chinchila brevicaudata), assim como as outras espécies, é originária da América do Sul, na região da Cordilheira dos Andes. Já foi encontrada em regiões da Argentina, Chile, Bolívia e Peru. Infelizmente, porém, há pelo menos 60 anos, não é mais vista nos dois últimos países em vida livre. Esse dado colocou em alerta a comunidade científica, pois a chinchila de cauda curta era observada comumente subindo as paredes dos Andes, geralmente em grupos de dois a seis animais. Com o passar do tempo, isso não foi mais observado, o que possivelmente seria a sua extinção. Porém, há um pouco mais de dez anos, foi encontrada uma colônia no Chile, o que deu esperanças de que esses animais estejam apenas “escondidos” em locais de difícil acesso.
É um roedor noturno, de pequeno porte, de 30 a 50cm (do focinho até a base da cauda), que pesa aproximadamente 500 a 800g. Mesmo com esse nome, a cauda de 10 cm pode atingir até um terço do seu tamanho, ou seja, não é tão curta assim, proporcionalmente falando. As pernas são curtas e possuem garras adaptadas para se segurarem nas rochas e escalarem. A pelagem é de cor acinzentada nas costas e bege (quase amarelo) na barriga. Os pelos espessos são um mecanismo de defesa, por se soltarem facilmente quando agarrados, possibilitando que fuja. São animais muito simpáticos, dóceis e sociáveis, excelente opção para quem quer ter um animal de companhia não convencional.
Graças ao seu bigode longo, conhecido como vibrissa, é capaz de se localizar e se orientar no escuro. Ela se comunica por meio de vocalizações, como pequenos gritos, que variam em intensidade e duração. Gosta de viver em bandos na natureza. Em condições favoráveis, as maiores colônias chegaram a ter até 500 indivíduos. Gostam de fazer tocas sob pedras ou no chão, onde escondem seus filhotes. Geralmente, nascem de um a dois filhotes por gestação, que dura aproximadamente quatro meses. As fêmeas estão prontas para ficarem prenhes a partir dos sete meses. As novas mamães são protetoras e cuidam muito bem dos filhotes. Após o parto, elas já podem ter uma nova gestação em uma semana. Vivem de oito a dez anos.
Ainda que as chinchilas domésticas possam comer uma variedade de alimentos, uma curiosidade sobre a chinchila selvagem é que ela não tem muita opção, já que vive em uma região sem muitas ofertas. Seu cardápio consiste em frutas, folhas, capim seco e praticamente qualquer tipo de vegetação que esteja disponível em determinada época do ano. Graças a isso, se adapta de acordo com a oferta de alimento, podendo até comer alguns insetos.
Algum tempo atrás, as características físicas, principalmente relacionadas ao pelo grosso, chamavam a atenção de caçadores. A população local se alimentava da carne dessa espécie, mas também usava sua pele para confeccionar roupas. Com o passar do tempo, a pele da chinchila ficou ainda mais cobiçada e valorizada no mercado. Isso atraiu mais caçadores e fez com que a espécie entrasse para a lista da IUCN. Após a ameaça de extinção da espécie, alguns países, como o Chile, criaram leis e projetos de proteção que proíbem a caça, a captura ou a comercialização das chinchilas de cauda curta.
Embora a caça não tenha cessado por completo, os projetos surtiram efeito. Nos últimos anos, a IUCN concluiu que a chinchila conseguiu se reproduzir e melhorar o número de indivíduos em algumas regiões.
* Fonte: petz.com.br.
* Foto: mundoecologia.com.br.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.
