É claramente impossível separar a história do Cymric do Manx, como é visível na aparência de ambas as raças. O Manx surgiu na Ilha de Man, na Irlanda, muito provavelmente vindo de países próximos como a Inglaterra ou até mesmo localidades mais distantes. O fato é que em algum ponto de sua história, esses gatos passaram a nascer sem as vertebras que formam a cauda, dando origem a uma nova raça. Junto com o Manx, apareceram também gatos de mesmas características, mas com pelagem longa que, no entanto, não chamaram a mesma atenção que eles na época. O Cymric só ganhou notoriedade de fato na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos, por volta de 1960, quando duas criadoras decidiram investir nessa variação da raça Manx. Assim surgiu essa nova raça, que difere da primeira apenas em sua pelagem longa. Com padrão basicamente igual ao do Manx, o Cymric logo passou a ser reconhecido pelas principais associações felinas dos Estados Unidos e do Canadá sob o nome de Manx Longhair. A ausência de cauda da raça Manx e da raça Manx Longhair fez surgir a lenda que Noé teria acidentalmente cortado a cauda do gato ao fechar a porta da arca.
Pesa entre 3,5 e 5,5 kg. O corpo é compacto, musculatura desenvolvida e estrutura óssea robusta; cabeça de tamanho médio, levemente mais comprida do que larga, com maças do rosto proeminentes; olhos grandes, redondos e cor em harmonia com a cor da pelagem; orelhas inseridas afastadas, largas na base, com pontas arredondadas e apresentando bastante pelo em seu interior. A pelagem varia de semi-longa a longa, dupla, com sub-pelo desenvolvido, de aspecto sedoso, variando de acordo com a tonalidade da pelagem; cores tradicionais, como branco, marrom, creme, preto e prateado. Os pelos geralmente se apresentam mais compridos nas regiões em declive no corpo. A cauda costuma ser ausente ou curta, no entanto alguns exemplares nascem com uma cauda normal. Todas as variações de cauda esperada são válidas. As patas posteriores costumam ser ligeiramente mais longas do que as anteriores, além disso, há presença de tufos de pelo entre os dedos. A maturidade total chega aos 5 anos de idade.
Sociável, ativo, forma fortes laços com suas famílias, sendo meigo com crianças e interagindo bem com outros animais em casa − especialmente quando devidamente apresentado − além de não estranhar pessoas desconhecidas. Conhecido como afetuoso, gosta de carinhos e prefere não passar longos períodos por conta própria. Trata-se de uma raça inteligente e que consegue subir em lugares bem altos, graças as suas patas posteriores maiores do que as anteriores, alcançando os mais diversos locais que atraem sua curiosidade. Assim, é melhor esconder coisas que podem quebrar e tentar prevenir quedas de grandes alturas aos quais se encontra sujeito. Aliás, sua inteligência permite que aprenda a usar suas patas com facilidade para abrir portas ou para conseguir algo que ele queira, podendo ser treinado. Também aprende truques de devolver objetos como os cachorros, além de aprender a enterrar seus brinquedos ou outras coisas. Sua voz é calma, mas pode ter momentos falantes.
Um cuidado importante é em relação à sua coluna vertebral. O fato da raça muitas vezes não possuir cauda não deixa essa região livre de terminações nervosas, que ao contrário das demais raças felinas vem desprotegida. Por esse motivo é importante tomar cuidado e não pressionar o local onde devia estar a cauda ou que apresenta uma cauda curta. Além disso, ao pegá-lo no colo é importante dar suporte à região traseira dele, sustentando essa região para não colocar pressão demasiada em sua coluna. Com exceção a essa questão, são saudáveis e sem problemas de origem genética.
* Fonte: Texto de Ricardo Tubaldine, Médico Veterinário (CRMV- SP 23.348), formado pela Universidade Paulista, Cirurgião Geral e Ortopedista no Hospital Veterinário Cães e Gatos 24 horas há 6 anos. Dr. Tubaldini é o Diretor de Conteúdo do portal CachorroGato e gestor da equipe de veterinários responsáveis pela ferramenta Dr. Responde.
* Foto: Perritoshc.mx.