O Udu-de-coroa-azul (Momotus momota) é uma ave da família Momotidae conhecido como udu, uru, juruva, tropeiro, duro-duro ou martim-pescador-da-mata-virgem (Pantanal do Mato Grosso do Sul). Está cada vez mais rara devido à redução de seu habitat. Pode ser encontrado do norte da América do Sul ao norte da Argentina, incluindo grande parte do território brasileiro. Ocorre em diversos tipos de vegetação como florestas tropicais, savanas, cerradões, matas ciliares, matas secas, áreas de floresta esparsa e áreas antrópicas.
Pode ter entre 41 e 46 centímetros de comprimento, com as partes superiores verdes, desbotando para azul na cauda inferior, e as partes inferiores verdes ou ferruginosas, dependendo da subespécie. A cabeça tem uma coroa preta cercada por uma faixa roxa e azul. Há uma máscara preta e a nuca é marrom. A cauda é longa, com as penas centrais mais longas que o corpo e as demais menores e deslocadas. Duas estruturas semelhantes a morcegos aparecem no topo das penas centrais, onde as penas laterais foram perdidas e apenas a ponta permaneceu. Chama ainda mais a atenção quando ele movimenta a cauda para os lados, principalmente quando sente que está sendo observado. Surge da perda natural das estruturas laterais da pena após sua formação.
A época de reprodução é de julho a novembro. O ninho pode ser um buraco na margem de um rio, às vezes com mais de um metro de comprimento e estreito, onde são colocados três ou quatro ovos brancos. Em florestas sem ravinas, pode usar a entrada de um buraco de tatu para começar a cavar seu túnel horizontal diretamente no subsolo. Como tem cerca de 45 centímetros de altura com a cauda, surge a questão de como ele pode entrar e sair sem danificar suas penas longas e especiais.
Alimenta-se de frutos, insetos e pequenos vertebrados. Ao capturar suas presas diretamente no solo ou próximo dele, bate as presas grandes contra galhos antes de engoli-las. Frequenta comedouros com frutos, e também tem o hábito de seguir formigas de correição.
O canto é semelhante ao de uma coruja, mais comumente transmitido ao amanhecer e ao anoitecer, embora possa ser ouvido a qualquer hora do dia ou da noite. Começa com uma invocação curta, sincera e acelerada (entendida como udu ou hart). Quando outro responde, eles aceleram o canto e aumentam o número de udus (a interpretação onomatopaica do canto passa a ser Juruva).
É ativo durante todo o dia e é impressionante vê-lo à sombra da vegetação, apesar da cor intensa do corpo e da cabeça e do tamanho da cauda. No entanto, não tem medo dos humanos e é até encontrado em florestas em áreas urbanas, às vezes visitando residências próximas. Gosta de pousar no chão para pegar insetos ou beber água de riachos. Vive aos pares, em pequenos bandos ou individualmente.
* Fonte: Texto de Alan Costa publicado (27/10/2022 e atualizado em 19/10/2023) com o título “Udu-de-coroa-azul: características, reprodução, alimentação, canto e hábitos” em passaro.org.
* Foto: wikiaves.com.br.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.