DOENÇA DE VON WILLEBRAND EM CÃES

Postado por e arquivado em ANIMAIS DE COMPANHIA, CÃES, DOENÇAS.

A Doença de Von Willebrand em cães é uma condição hematológica que afeta a capacidade de coagulação do sangue. Nomeada em homenagem ao médico Erik von Willebrand, a doença é causada por uma deficiência no fator de coagulação von Willebrand (vWF). Essa condição é herdada de maneira autossômica recessiva, o que significa que os filhotes precisam herdar o gene defeituoso de ambos os pais para manifestar a doença.

O Fator de Von Willebrand representa um papel crucial na coagulação sanguínea dos animais, atuando como um mediador fundamental na adesão das plaquetas aos locais de lesão vascular. Ele facilita a adesão das plaquetas às paredes dos vasos sanguíneos danificados, promovendo a formação de um tampão plaquetário inicial, o que é essencial para iniciar o processo de coagulação. A ausência ou disfunção do Fator de Von Willebrand pode resultar em uma variedade de problemas de coagulação.

Os sintomas podem apresentar variações em gravidade e incluem hemorragias nasais, sangramento excessivo após cirurgias ou trauma, hematomas espontâneos e sangramento nas gengivas. Outros indícios menos comuns incluem sangramento gastrointestinal, hemorragias urinárias e ocorrência de sangramento excessivo durante o cio ou após o parto em fêmeas. É importante estar atento a esses sinais, especialmente em raças de cães conhecidas por serem predispostas, para garantir um diagnóstico precoce e intervenção adequada.

Além da hereditariedade, outras causas menos comuns podem contribuir para o surgimento da doença, como mutações genéticas espontâneas ou adquiridas ao longo da vida. Essas mutações podem afetar a produção, a estrutura ou a função do fator de coagulação Von Willebrand, resultando em uma diminuição da capacidade de coagulação do sangue e aumento do risco de hemorragias. Embora a doença seja uma condição hereditária, é importante reconhecer que nem todos os cães portadores do gene defeituoso desenvolverão a problema. A expressão e gravidade dos sinais podem variar significativamente entre os indivíduos, e fatores como genética, ambiente e saúde geral do animal podem influenciar no curso da doença.

O diagnóstico começa geralmente com uma avaliação clínica minuciosa, incluindo histórico médico detalhado e exame físico. No entanto, como os sinais da doença são comuns a outros problemas, testes laboratoriais específicos são necessários para confirmar o diagnóstico. Os testes de coagulação do sangue, como o tempo de sangramento e o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA), são frequentemente realizados como parte do processo diagnóstico. Além dos testes de coagulação convencionais, testes específicos para avaliar os níveis e a função do fator de coagulação von Willebrand são essenciais para confirmar o diagnóstico. Isso pode incluir o teste de atividade do fator de von Willebrand (vWF:Ag) e o teste de atividade do fator de von Willebrand (vWF:RCo), que medem a quantidade e a capacidade funcional desse fator no sangue do cão. Um diagnóstico preciso da doença é crucial para iniciar o tratamento adequado e implementar medidas preventivas para reduzir o risco de complicações hemorrágicas. Com base nos resultados dos testes e na gravidade dos sinais apresentados pelo animal, o veterinário pode desenvolver um plano de tratamento personalizado para gerenciar a condição e melhorar a qualidade de vida do paciente.

A Doença de Von Willebrand em cãe pode ter um grande impacto na vida do animal, afetando sua saúde e bem-estar. Os sinais frequentes, como hemorragias nasais recorrentes, sangramento excessivo após lesões ou cirurgias, e hematomas espontâneos, podem causar desconforto e comprometer a qualidade de vida do animal. Além disso, a preocupação constante com a possibilidade de sangramentos graves. A condição também pode limitar as atividades e a liberdade do cachorro, já que certas brincadeiras ou exercícios podem representar um risco maior de lesões e sangramentos. Isso pode levar a uma considerável redução na qualidade de vida e na capacidade do animal de desfrutar de atividades normais para sua espécie.

No entanto, por meio de um diagnóstico precoce, tratamento adequado e medidas preventivas, é possível minimizar o impacto da Doença de Von Willebrand em cachorros. O gerenciamento cuidadoso dos sinais, juntamente com uma abordagem proativa para evitar situações que possam desencadear sangramento, pode ajudar a garantir que o cachorro afetado tenha uma vida feliz e confortável.

* Fonte: drogavet.com.br.

* Foto: atlasemhematologia.com.br.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

Compartilhe