Acha-se quasi restabelecida da gravissima enfermidade de que foi accommettida a Exma. Snra. D. Anna Thereza, veneranda mãe de nosso amigo Juca Mandú. Nós que muito presamos a preciosa existência da caridosa senhora, insigne bemfeitora deste logar, rendemos graças aos céos, congratulando-nos com a distincta familia de D. Anna, porque a pericia e desvelos do Exmo Dr. Eufrasio Rodrigues restituiam-nos a vida da prestigiosa e estimada senhora. Um triumpho da medicina, habilmente exercida pelo Dr. Eufrasio!
Quando este illustre facultativo chegou, para medicar aquella senhora, era o mais desesperador estado da mesma; tanto que foi chamado o nosso Rmo. Vigario Pe. Agostinho, para prestar á doente os socorros espirituais e de facto, administrou-lhe todos os sacramentos da Egreja. E na manhã de 12 deste, antes de receber a enferma a Sagrada Communhão, como Viatico foi enorme a supreza dos circunstantes, quando o Dr. Eufrasio declarou salva a sua cliente, porque todos, até o medico, esperavamos o desfecho fatal.
Ardentes votos fazemos pelo prompto restabelecimento da nossa bondosa e popular D. Anna.
– Queima de casas – Alem da horrivel crise financeira, que ora nos acompanha e da pavorosa secca que imensos prejuizos vae causando aos agricultores e criadores, multiplicam-se as queimas de casas. Sabemos terem se incendiado, casualmente, 3 casas neste districto, a saber: uma boa casa do Sr. João Garcia Rosa, com muitas mobilias, queimando-se juntamente 4 contos de reis do mesmo Sr; uma do Sr. João Delfino, com paiol e milho; uma (armazem) do Sr. Ernesto Mendes contendo grande quantidade de milho e assucar, sendo calculado o prejuizo de 4 contos e quinhentos mil reis. Do Sr. Balbino da Cunha, deste districto e residente, agora, no de Patos na fazenda do “Curraleiro”, soubemos terem sido queimados sua casa, com mantimentos, etc. e um carro de boi.
Tudo nos apavora e entristece, mesmo não falando-se na celeberrima conflagração européa, parecendo ter cahido sobre nós, a justiça Divina. Cumpre-nos voltarmos para Deus, não sòmente com invocal-O nos dias calamitosos, mas, pela melhor observancia de sua santa Lei.
15 – 10 – 914.
O CORRESPONDENTE
* Fonte: Texto publicado com o título “Sant’Anna de Patos” na edição de 1.º de novembro de 1914 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.
* Foto: Primeiro parágrafo do texto original.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.