Filho de Antônio José de Sant’Anna e Generosa Amélia de Medeiros Burgo, nasceu em Flores (PE) em 22 de maio de 1899. Cursou o primário em sua terra natal. Casado em segundas núpcias com Geralda Caixeta Burgo, em 11 de fevereiro de 1934 (recentemente comemoraram suas “Bodas de Ouro”), tem treze filhos: Antônio Burgo, casado com Cléria A. R. Burgo; Rosa Caixeta Burgos, casada com Francisco de Assis Caixeta; Alfredo Caixeta Burgos, casado com Zilda Burgos; Joaquim Caixeta Burgos, casado com Eunice M. Burgos; Isidoro Caixeta Burgos, casado com Vitória de Alcântara Burgos; Geralda Caixeta Burgos Ferreira, casada com Abílio Gomes Ferreira; José Eustáquio Burgos, casado com Valéria M. Burgos; Maria Amália Burgos, solteira; Maria de Lourdes Burgos Moreira, casada com João E. Moreira; Maria do Carmo Burgos, solteira; Elza Burgos de S. Lima, casada com Rodrigo de S. Lima; Almir Caixeta Burgos, solteiro e Marina Caixeta Burgo, solteira. Tem 29 netos.
Quando o senhor veio para Patos?
Cheguei aqui no dia 13 de janeiro de 1933.
Veio só ou com outros familiares?
Vim só. Em 1940 trouxe minha irmã Maria Burgo, casada com Júlio Daniel de Souza e seus oito filhos, seis mulheres e dois homens (Osmildo e José Burgo, ambos falecidos).
Algum motivo especial determinou a sua vinda?
Eu era viúvo há cinco anos. A seca do nordeste nos castigava. Fiz uma lavoura e como ela não prosperou, falei com minha mãe que iria procurar um lugar onde pudesse plantar e colher. Andei 216 léguas a pé, até Juazeiro, onde tomei o vapor e desci até São Romão. De São Romão fui de caminhão até Paracatu e de lá, novamente tomei um caminhão, vindo até aqui, por acaso.
Qual foi o seu primeiro trabalho aqui?
Quando cheguei estavam sendo construídos os prédios do Fórum e da Escola Normal “Prof. Antônio Dias” e consegui um emprego para arrancar pedras para a construção e trabalhava também como servente de pedreiro.
Depois deste serviço o que o senhor fez?
Comecei a trabalhar como ajudante de caminhão com Florentino Maranhão e logo depois de meu casamento, comprei um caminhão velho e levava rapadura e cereais principalmente para Araxá, Paracatu e João Pinheiro. Logo que pude comprei um caminhão novo e passei a levar carga que vinha de São Paulo para João Pinheiro e Paracatu. Neste tempo construí uma casa na Rua Padre Caldeira. Depois, resolvi vender a casa e comprei oitenta novilhas e aluguei a Fazenda da Larga, do Dr. Marcolino, mudando-me para lá com a família e mais tarde fomos para a Fazenda Poções, do senhor Chiquinho Campos.
Quando o senhor voltou para Patos?
Em 1947 comprei a casa onde resido até hoje, na Rua Dr. Marcolino e voltei para a cidade. Adquiri outro caminhão e passei a buscar madeira para postes e para curral, na região de João Pinheiro, vendendo em Araxá, Patrocínio e Uberaba, permanecendo nesta atividade até me aposentar.
O senhor acha que valeu a pena vir para Patos?
Sim, e muito porque foi aqui que me casei, formei uma grande família e fiz muitos amigos.
NOTA EFECADEPATOS: Joaquim Burgo de Sant’Anna faleceu em 17 de agosto de 1993. O sobrenome “Burgo” foi grafado em alguns nomes da família no plural. Segundo um dos filhos de Joaquim, Joaquim Caixeta Burgos (Quincas), muito provavelmente foi erro no registro de cartório.
* Fonte: Entrevista de Dirceu Deocleciano Pacheco e João Marcos Pacheco publicada na edição n.º 89 de 31 de março de 1984 da revista A Debulha, do arquivo do Laboratório de História do Unipam.