FAZENDA DO PARAIZO DE JUCA MANDÚ

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cJosé Pereira Guimarães (Cap. Juca Mandú) nasceu em Santana de Patos em 10 de junho de 1870. Era fazendeiro e político na terra natal. Quando criança, ganhou o apelido de Juca. A explicação que se dá para o Mandú é a seguinte: ele era uma espécie de “coronel” local. O povo obedecia a tudo, pois o “Juca mandou”. Portanto, Mandú seria uma corruptela de “mandou”. Faleceu naquele Distrito aos 62 anos, no dia 21 de julho de 1932. Em 26 de outubro de 1960, a Lei n.º 580 assim determinou em seu Art. 1.º: Fica o Prefeito Municipal autorizado a indenizar ao Sr. Oscar José de Sousa, uma faixa de terreno ocupada pela Prefeitura para abertura da Rua Juca Mandú e Travessa do mesmo nome, pelo preço de vinte e oito mil, oitocentos e cincoenta e oito cruzeiros (Cr$ 28.858,00).

A fazenda do Cap. Juca Mandú no Distrito de “Sant’Anna”, hoje Santana de Patos, era uma das melhores da região. Fazia tanto sucesso que uma equipe de reportagem do jornal O Commercio foi visitá-la. Em 06 de agosto de 1911 um pequeno artigo sobre a propriedade rural foi publicado:

Ha poucos dias, tivemos occasião de visitar a importante “Fazenda do Paraizo”, propriedade do abastado criador Cap. Juca Mandú, em o districto de Sant’Anna, d’este Municipio.

Percorrendo parte da quinta da Fazenda, notamos o gosto e capricho do digno proprietario, em fazer as suas plantações, alinhando-as e escolhendo cuidadosamente o terreno apropriado a cada especie, de sorte que alli vimos de quasi tudo, bem tratado e bonito.

E’ um fazendeiro progressista o Cap. Juca Mandú, tanto que adquiriu já um superior arado de disco reversivo, a fim de pôr de lado o modo rotineiro de lavrar a terra.

O seu gado está quasi todo melhorado, visto já ter feito acquisição de optimos e bellos reproductores indianos, cujas photographías foram-nos mostradas, obsequiando-nos elle com uma d’ellas, que se acha exposta em nosso escriptorio.

Em sua Fazenda, fazem-se diariamente grande quantidade de queijos superiores, tendo elle para esse fim construido uma casa apropriada, com todas as acommodações e utensilios necessarios.

Longo sería a descripção de tudo, o que entretanto fariamos com prazer, si dispuzessemos de maior espaço.

O Cap. Juca Mandú, progressista como é, é digno de imitação.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Fontes: Edição de 06 de agosto de 1911 do jornal O Commercio, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam; Logradouros Públicos de Patos de Minas, de Júlio César Resende.

* Foto: Gartic.com.br, meramente ilustrativa.

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