CENAS DE FAROESTE EM SANT’ANNA DE PATOS

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Quem aprecia filmes de faroeste americano já viu inúmeras vezes cavaleiros chegarem a uma cidadezinha desguarnecida de xerife dando tiros para todos os lados, entrando nos saloons numa banca danada com o único intento de causar baderna. Cena parecida aconteceu em 1913 no distrito de Santana de Patos. Quem nos conta é a edição de 29 de junho daquele ano do jornal O Commercio:

Dois tresloucados do districto de Carmo do Paranayba, Agostinho Braz e José Pedregulho, abusando do pacatismo deste povo, quizeram exhibir as suas proezas, entre nós, neste ultimos dias, talvez porque a energia das auctoridades de seu districto, não lhes permitta, alli, essa expansão dos bons instinctos. Assim, em Sant’Anna de Patos, encontraram os taes aventureiros um meio adequado para o seu desabafo.

Como acontecia naqueles idos tempos do velho oeste americano, os baderneiros quando chegavam numa cidadezinha sem xerife dando tiros e aprontando nos saloons iam mais além, zanzando pela comunidade, zombando de tudo e de todos, e tome tiros para todos os lados, sem que o povo do lugar tivesse coragem de enfrentá-los. Continuando a narrativa em Sant’Annna de Patos, foi mais ou menos assim:

Este srs., além de affrontarem a moral publica com actos indignos, desfecharam, durante dois dias, muitas centenas de tiros, subresaltando os habitantes deste logar o zunido das balas que cortavam em diversas direcções. Uma bala alvejou o estabelecimento commercial dos Srs. Amaral & Cia., alojando-se na parede, justamente no logar onde o socio Demosthenes Amaral, assentado num tamborete, conserva-se encostado, nas horas vagas. Parece que êste Sr. fôra providencialmente salvo da bala, porque naquella hora havia mudado de collocação.

Depois das arruaças na cidadezinha do velho oeste americano sem xerife, os facínoras iam embora e deixavam na mente de cada um o medo da expectativa da volta. Assim foi em Sant’Anna de Patos:

Vivemos no reinado da impunidade, por isso sò aguardaremos a repetição de semelhante scena.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Fonte: Arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.

* Foto: Br.pinterest.com, meramente ilustrativa.

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