CAOS NO SINDICATO DOS TRABALHADORES

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TEXTO: FOLHA DE PATOS (1944)

…Cabe-nos verberar com a mais justa das advertências, a atitude censuravel daqueles que, aproveitando as comemorações de 1.º de maio, escrevem discursos ofensivos e injuriosos a personalidades de responsabilidade em nossa sociedade e na direção do Municipio.

Não tendo envergadura para atacar pessoalmente quem quer que seja, o rabiscador dos impropérios usa um processo de subentendidos e de cavilação, de modo que o operario pobre de espirito e de pouca instrução jamais se capacite de que dirigiu ofensas, porque nas folhas que leu nome alguma figurava como receptor de seus esgares soezes.

O Sindicatos dos Trabalhadores, formado de gente simples, quase sem instrução, mas bem intencionada, não pode ser deturpada pelos maquiavélicos mexericos de politicagem  desenfreada, deletéria e putrefata.

Um Sindicato não se organiza para em sessão publica e solene xingar os empregadores que não sindicalizam  os seus empregados e nem ofender parcela alguma de Governo constituido no País. Ao contrario, as suas reclamações têm que subir à apreciação da aparelhada justiça trabalhista.

Afastar-se dessa rota é desvirtuar ostensivamente a sua finalidade, de pugnar tão só pelos direitos da classe sindicalizada.

Não constituiu pensamento do Governo Brasileiro a criação de organismos de vida das classes para que dentro deles medrasse a megera politicagem que ele sepultou em decreto inesquecivel.

O que está se verificando aqui são os trejeitos, as tergiversações de exploradores inescrupulosos para ressurreição de defuntos costumes politicos.

E’ verdade que o Governo do Municipio poderia emprestar mais apôio ao Sindicato dos Trabalhadores, desses operarios que lutam com as dificuldades extremas da vida e muito merecem. Mas a plenitude desse apôio vem falhando, justamente porque dentro do Sindicato se implantou um regime de denuncias e difamações equivalentes ao anonimato, dada a insignificancia das assinaturas em face dos casos ventilados.

Enquanto não se oxigenar o ambiente, concientemente não pode nele verificar-se a proteção da Prefeitura.

Chamamos, assim, a atenção do dr. Oliveiros Marques de Oliveira, Promotor de Justiça da Comarca e apresentado na sessão como atual protetor e orientador do Sindicato, pra que esta agremiação mude de rumo, senão provocará uma reação que poderá quebrar a tranquilidade que vimos desfrutando.

* Fonte: Texto publicado sem título na edição de 07 de maio de 1944 do jornal Folha de Patos, do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Foto: Três primeiros parágrafos do texto original.

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